Durante depoimento prestado nesta terça-feira (10/6) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a implementação do voto impresso. Para embasar seu posicionamento, citou um relatório de 2017 elaborado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF). No entanto, o documento, apesar de abordar possíveis fragilidades de sistemas informatizados, expressava “total confiança no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas“.
Ao longo dos anos, entidades técnicas e órgãos oficiais têm se manifestado sobre a integridade do sistema de votação eletrônico. Diversos laudos e análises foram realizados para avaliar possíveis vulnerabilidades, sempre com o objetivo de garantir a transparência e a confiança do eleitorado. A discussão sobre o voto impresso surge como uma alternativa complementar, proposta por alguns setores, mas encontra resistência diante dos resultados positivos apresentados pelas auditorias e testes realizados até o momento.
Como funciona a segurança das urnas eletrônicas?
AFIADO: Alexandre questiona Bolsonaro por desconfiança nas urnas, e ex-presidente responde com falas de Dino e Lupi
Bolsonaro é astuto em levar impressa as declarações do hoje ministro do STF, e do presidente do PDT. pic.twitter.com/pXygWaZzCa
— Meio Independente (@meioindep) June 10, 2025
O processo de votação eletrônica no Brasil é estruturado para garantir sigilo, autenticidade e inviolabilidade dos votos. As urnas eletrônicas não possuem conexão com a internet, o que impede acessos remotos e ataques externos durante a votação. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adota uma série de mecanismos de auditoria, permitindo que partidos políticos, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e eleitores acompanhem e fiscalizem todas as etapas do processo.
Entre as principais medidas de segurança, destacam-se os Testes Públicos de Segurança (TPS), realizados periodicamente. Nesses testes, especialistas em tecnologia e peritos da Polícia Federal são convidados a tentar identificar possíveis falhas ou vulnerabilidades no sistema. Desde o início da utilização das urnas eletrônicas, não foi comprovada nenhuma fraude, reforçando a confiança nas eleições eletrônicas.
O que dizem os especialistas sobre o voto impresso?
A proposta de implementação do voto impresso no Brasil é frequentemente discutida como uma forma de aumentar a transparência e permitir uma verificação física dos votos. No entanto, entidades como a Associação Nacional dos Peritos Criminais da Polícia Federal já se manifestaram publicamente sobre o tema. Em documentos oficiais, a associação destacou a confiança no sistema eletrônico, ressaltando que as urnas já passaram por diversas perícias técnicas sem que fosse identificado qualquer indício de fraude.
Os especialistas apontam que, embora todo sistema computacional possa apresentar vulnerabilidades, o modelo brasileiro é considerado robusto e seguro. O voto impresso, segundo algumas análises, poderia ser adotado de maneira complementar, mas não é visto como uma necessidade urgente diante dos resultados positivos das auditorias e da ausência de fraudes comprovadas.
Em 2022, após Bolsonaro voltar a mencionar a análise técnica de 2017, a entidade publicou nova nota reafirmando a credibilidade do processo eletrônico de votação. “É importante reiterar que as urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas”, afirmou a associação na ocasião, respondendo às alegações feitas por Bolsonaro durante uma reunião com embaixadores.
Quais são os mecanismos de fiscalização do processo eleitoral?

A fiscalização do processo eleitoral brasileiro envolve diferentes instituições e etapas. A Polícia Federal, por exemplo, tem papel fundamental na realização de perícias e na participação dos Testes Públicos de Segurança. Além disso, partidos políticos, coligações, representantes do Ministério Público e entidades civis podem acompanhar a preparação das urnas, a votação e a apuração dos resultados.
- Testes Públicos de Segurança (TPS): realizados periodicamente para identificar possíveis vulnerabilidades.
- Acompanhamento de entidades externas: representantes de partidos, OAB e Ministério Público podem fiscalizar todas as etapas.
- Auditorias independentes: perícias técnicas são realizadas por especialistas e peritos oficiais.
- Transparência dos resultados: boletins de urna e relatórios são disponibilizados para consulta pública.
Por que a confiança nas urnas eletrônicas é mantida?
O histórico de mais de duas décadas de uso das urnas eletrônicas no Brasil, sem registro de fraudes comprovadas, é um dos principais fatores que sustentam a confiança no sistema. A constante atualização dos mecanismos de segurança, aliada à participação de especialistas independentes nos testes e auditorias, contribui para a credibilidade do processo eleitoral.
Além disso, a ampla fiscalização e a possibilidade de verificação dos resultados por diferentes instituições garantem transparência e legitimidade às eleições. A discussão sobre o voto impresso permanece como tema relevante, mas, até o momento, as evidências técnicas e os laudos oficiais reforçam a segurança das urnas eletrônicas brasileiras.
O post Citada no STF por Bolsonaro, associação de peritos da PF reforça apoio às urnas eletrônicas apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.