Maria Lúcia Godoy, uma das mais renomadas cantoras líricas do Brasil, deixou um legado inestimável na música nacional. A cantora morreu na última quinta-feira (15/5), aos 100 anos em Belo Horizonte, Minas Gerais, e sua trajetória foi marcada por contribuições significativas ao canto lírico, sendo considerada uma referência no estilo. Sua morte gerou uma onda de homenagens e reconhecimento por sua influência duradoura.
O velório de Maria Lúcia foi realizado no Palácio das Artes, um local emblemático para a cultura mineira, e seu sepultamento ocorreu no Cemitério do Bonfim. Sua vida e carreira foram celebradas por muitos, incluindo figuras notáveis como o poeta Ferreira Gullar e Carlos Drummond de Andrade, que exaltaram sua arte e impacto cultural.
Quem foi Maria Lúcia Godoy?

Maria Lúcia Godoy nasceu em Mesquita, no Vale do Rio Doce, mas sua formação musical se desenvolveu em Belo Horizonte. Iniciou seus estudos com a professora Honorina Prates e, posteriormente, aprimorou sua técnica com Pasquale Gambardella no Rio de Janeiro. Sua busca por excelência a levou à Alemanha, onde estudou com Margueritte Von Winterfeld, após conquistar uma bolsa de estudos.
Além de sua formação musical, Maria Lúcia também se destacou academicamente, graduando-se em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em reconhecimento à sua contribuição cultural, a UFMG concedeu-lhe o título de Doutora Honoris Causa em 2016. O governo de Minas Gerais também a homenageou com a Grã-Cruz da Inconfidência.
Formação Acadêmica: Graduou-se em Línguas Neolatinas pela UFMG, o que, segundo ela, a auxiliou na interpretação e pronúncia de músicas estrangeiras. Carreira Musical:
- Considerada uma das maiores cantoras líricas do Brasil e a maior intérprete das canções de Villa-Lobos.
- Sua voz foi comparada a “um pássaro voando” por Ferreira Gullar e ao “ouro que não se destrói” por Carlos Drummond de Andrade.
- Realizou turnês pela Europa, Oriente Médio, Japão, Estados Unidos e América Latina.
- Foi solista em grandes orquestras internacionais e brasileiras, como a Philadelphia Orchestra e a Orquestra Sinfônica Brasileira.
- Gravou 16 discos e 19 CDs/LPs, incluindo álbuns inteiramente dedicados à obra de Villa-Lobos.
- Seu último trabalho musical foi o álbum “Acalantos” (2012).
Outras Atividades:
- Escreveu livros infantis.
- Foi cronista no jornal Estado de Minas por 11 anos.
- Participou de filmes como “Os Senhores da Terra”, “Navalha na Carne” e “Poeta de Sete Faces”.
- Cantou na inauguração de Brasília e no velório de Glauber Rocha.
Reconhecimento:
- Recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela UFMG em 2016.
- Homenageada por diversas personalidades da cultura brasileira.
Qual foi a contribuição de Maria Lúcia Godoy para a música lírica?
Maria Lúcia Godoy é amplamente reconhecida como uma das maiores sopranos do Brasil. Sua carreira incluiu atuações como solista principal do Madrigal Renascentista, sob a regência de Isaac Karabtchevsky. Além de sua atuação como cantora, Maria Lúcia também se aventurou na composição e na literatura infantil.
Internacionalmente, Maria Lúcia conquistou sucesso com suas interpretações de óperas como “La Traviata” e clássicos da música brasileira, como “Travessia” de Milton Nascimento e Fernando Brant. Seu último trabalho musical foi o álbum “Acalantos”, lançado em 2012, que inclui faixas de sua autoria. Ao longo de sua carreira, ela lançou 19 CDs e LPs, além de participar de filmes como “Os Senhores da Terra” e “Poeta de Sete Faces”.
Como Maria Lúcia Godoy foi homenageada?
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Maria Lúcia Godoy recebeu diversas homenagens ao longo de sua vida e carreira. Além das honrarias acadêmicas e governamentais, ela foi admirada por figuras políticas como Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek. Na cena cultural, foi aclamada por cineastas como Glauber Rocha e inspirou músicos como Tom Jobim, que compôs “Sabiá” após ouvi-la cantar.
- Título de Doutora Honoris Causa pela UFMG: Em 2016, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) concedeu a ela o título de Doutora Honoris Causa.
- Reconhecimento de poetas e compositores: Carlos Drummond de Andrade a comparou ao “ouro que não se destrói” e Ferreira Gullar à “um pássaro voando”.
- Homenagens póstumas: Após seu falecimento em maio de 2025, o Ministério da Cultura e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, entre outros, publicaram notas de pesar e homenagens.
- Programas e conteúdos especiais na mídia: A Rede Minas, por exemplo, dedicou um programa especial em sua homenagem. A Rádio MEC também preparou interprogramas com trechos de gravações e entrevistas.
- Celebrações de seu centenário: A Assembleia Legislativa de Minas Gerais celebrou os 100 anos de Maria Lúcia Godoy.
- Legado musical e artístico: Seu trabalho em mais de 50 discos, livros infantis e participações em filmes também a eternizam.
- Homenagem de um coro: Um coro formado por parentes e amigos fez a última homenagem à soprano.
O legado de Maria Lúcia na música continua a ser celebrado, com planos para disponibilizar suas obras em exposições públicas e plataformas digitais, conforme revelado por seu sobrinho Daniel Godoy. Sua influência perdura, consolidando sua posição como uma das grandes damas do canto lírico brasileiro.
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