Julgamento no STF sobre denúncia do golpe começa após fracassos da pressão bolsonarista


Protesto pela anistia em Copacabana esvaziado e tentativa de impedir participação de Moraes, Dino e Zanin falharam. Ida do filho para os EUA tenta fortalecer última cartada: pressão política do governo Trump sobre o Brasil. Denúncia do golpe: saiba o rito do julgamento no STF que pode tornar Bolsonaro e 7 aliados
O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira (25) se aceita a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado em 2022. Ao fim do julgamento, Bolsonaro pode se tornar o primeiro ex-presidente réu por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.
A análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República acontece após Bolsonaro ter duas de suas estratégias derrotadas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro participou na tarde de terça-feira (11), da abertura oficial do XIV Salão Nacional e Internacional das motopeças na Zona Norte de São Paulo
ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Protesto esvaziado
A primeira foi a baixa adesão de apoiadores à manifestação de 16 de março em Copacabana, no Rio de Janeiro, que defendia a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, o maior ataque às instituições da República desde a redemocratização.
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Bolsonaro previa um público de 1 milhão de pessoas, mas a estimativa de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) é de que havia 18,3 mil no ápice do evento. Segundo o Datafolha, 30 mil participaram da manifestação.
Mesmo a maior estimativa, feita pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, ainda ficou muito abaixo da expectativa de Bolsonaro. A corporação divulgou em suas redes sociais que 400 mil participaram do ato, mas não explicou como chegou a esse número e a divulgação é questionada.
Moraes, Dino e Zanin mantidos no caso
A segunda derrota foi a tentativa frustrada de afastar do caso três ministros do Supremo: Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin.
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Os três integram a Primeira Turma do Supremo, que será responsável por decidir se Bolsonaro e os demais se tornarão réus. O ministro Luiz Fux e a ministra Cármen Lúcia também fazem parte do colegiado.
O plenário virtual do Supremo analisou os recursos das defesas de Bolsonaro e dos generais Braga Netto e Mário Fernandes, que questionavam a imparcialidade dos ministros. Dez ministros votaram para manter Zanin no caso. No caso de Moraes e Dino, foram nove votos favoráveis à permanência deles e um voto divergente, do ministro André Mendonça.
Eduardo Bolsonaro nos EUA
Após duas derrotas consecutivas, Bolsonaro tenta uma última estratégia: buscar apoio internacional para pressionar o Brasil em razão do julgamento, sob o discurso de perseguição política.
Para colocar o plano em prática, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, pediu licença do mandato e se mudou para os Estados Unidos, alegando temer ser preso por ordem do STF.
Os ministros da Suprema Corte, como revelou o blog, não descartam a possibilidade de Eduardo estar preparando a fuga de Bolsonaro diante de uma possível condenação pela tentativa de golpe de Estado.
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