Julgamento histórico que decidirá se Bolsonaro vira réu por tentativa de golpe deve terminar na quarta e ser unânime


A análise da denúncia não será simples, embora os ministros do STF tenham experiência em casos anteriores relacionados ao 8 de janeiro. Nunca o Supremo analisou uma denúncia contra um ex-presidente, civis e militares de alta patente acusados de tentativa de golpe. Julgamento histórico que decidirá se Bolsonaro vira réu por tentativa de golpe deve terminar na quarta e ser unânime
O julgamento que começa nesta terça-feira (25) no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a denúncia contra Jair Bolsonaro e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado é um evento inédito e único na história do Brasil que vai atrair atenção nacional e internacional.
A expectativa é de que a análise só termine na quarta-feira (26), e a tendência é que a votação se encaminhe para um resultado unânime, com 5 votos a 0 para tornar réus o ex-presidente e mais sete acusados.
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A análise da denúncia não será simples, embora os ministros do STF tenham experiência em casos anteriores, especialmente aqueles relacionados aos eventos de 8 de janeiro. A clareza sobre o que está por vir na avaliação da denúncia é palpável entre os magistrados, que já deram suas pistas de como estão pensando em relação ao caso.
Ex-presidente Jair Bolsonaro no Aeroporto de Brasília em 6 de março de 2025
Reuters/Adriano Machado
Análise histórica e defesas
A análise que começa nesta terça não é apenas uma das muitas que o tribunal já enfrentou. Trata-se de uma questão sem precedentes no país. Nunca o Supremo analisou uma denúncia contra um ex-presidente, civis e militares de alta patente acusados de tentativa de golpe de Estado. Na Ditadura Militar, a Lei da Anistia impediu julgamento e punições.
Além do ineditismo, outro ponto que vai chamar atenção é o delineamento das defesas, embora muito não seja surpresa. A defesa de Bolsonaro, por exemplo, se baseia em alegações de perseguição política, e é uma estratégia que se torna mais complicada à medida que os ministros do STF já decidiram que a condição de vítimas de alguns deles não impede seu julgamento.
Importante lembrar também que a análise da denúncia não se limita aos eventos de 8 de janeiro, mas remonta a questões que começaram em 2021. Então há casos que vão, há inquéritos que foram se conectando e que desembocaram numa investigação maior.
O acesso ao celular de Cid, por exemplo, foi permitido após a quebra de sigilo em uma investigação que envolvia vazamento de documentos sigilosos. Essa conexão mostra que a trama é mais intrincada do que muitos imaginam.
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