Atenção! Mais duas marcas de azeite são proibidas pela Anvisa; veja

Nesta quinta-feira (22/5), o governo determinou a suspensão da venda, produção, distribuição, publicidade e utilização de duas novas marcas de azeite: Almazara e Escarpas das Oliveiras. A medida foi tomada após uma denúncia feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e uma ação de fiscalização conduzida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que oficializou a decisão no Diário Oficial da União na mesma data.

A decisão de proibir essas marcas se baseou no fato de que a empresa responsável pela embalagem, a Oriente Mercantil Importação e Exportação Ltda., teve seu CNPJ extinto em 2023. Este fato levanta preocupações sobre a legalidade e a segurança dos produtos comercializados sob essas marcas.

Quais são as fraudes mais comuns no mercado de azeites?

Atenção! Mais duas marcas de azeite são proibidas pela Anvisa; veja
Azeite na panela – Créditos: depositphotos.com / ViktoriaSapata

Fraudes no mercado de azeites são um problema recorrente no Brasil. As práticas fraudulentas mais comuns incluem a mistura de azeite de oliva com óleos mais baratos, como o de soja ou canola, sem informar o consumidor. Além disso, há casos de rotulagem enganosa, onde produtos de baixa qualidade são vendidos como azeite extra virgem.

Outra fraude frequente é a utilização de embalagens de marcas conhecidas para vender produtos de origem desconhecida. Isso não só engana o consumidor, mas também prejudica a reputação de marcas legítimas. A fiscalização rigorosa é essencial para combater essas práticas e garantir a qualidade dos produtos disponíveis no mercado.

Quais foram as últimas proibições de marcas de azeite pela Anvisa?

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem intensificado as ações de fiscalização e proibição de marcas de azeite que apresentam irregularidades. As proibições mais recentes, publicadas em maio de 2025, incluem:

  • Quintas D’Oliveira e Alonso: A proibição dessas marcas foi motivada por irregularidades no rótulo das embalagens, com CNPJ de empresa embaladora que não integra a base de dados da Receita Federal, violação das normas básicas sobre alimentos e regras de rotulagem, e ausência de licença sanitária e registro no Ministério da Saúde.
  • Almazara e Escarpas das Oliveiras: A comercialização, distribuição, fabricação e propaganda dessas marcas foram proibidas devido a irregularidades na rotulagem e problemas relacionados às condições sanitárias das instalações responsáveis pela fabricação. A empresa embaladora dos produtos teve o CNPJ extinto em novembro de 2023, o que levanta suspeitas sobre a origem e a conformidade dos produtos.

É importante notar que, além das proibições da Anvisa, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também tem atuado na fiscalização e divulgação de listas de azeites fraudados ou impróprios para consumo. Desde o início de 2024, várias marcas foram banidas ou tiveram lotes proibidos. Algumas das marcas que já apareceram em listas de azeites fraudados do Mapa incluem:

  • Grego Santorini
  • La Ventosa
  • Olivas Del Tango
  • Vila Real
  • Quinta de Aveiro
  • Vincenzo
  • Don Alejandro
  • Garcia Torres
  • Carcavelos
  • Oviedo
  • Pérola Negra
  • Rio Negro
  • Serra Morena
  • Serrano
  • Cordilheira
  • Terra de Óbidos
  • De Alcântara
  • Málaga

Como identificar um azeite de qualidade?

Identificar um azeite de qualidade pode ser desafiador, mas existem algumas dicas que podem ajudar. Primeiramente, é importante verificar o rótulo do produto. Um azeite de qualidade deve especificar claramente sua origem, o tipo de azeitona utilizada e o método de extração. Além disso, a data de produção e validade são indicadores importantes da frescura do produto.

O sabor e o aroma também são bons indicadores de qualidade. Um azeite extra virgem deve ter um sabor frutado e um leve amargor, sem deixar um gosto rançoso. É recomendável experimentar diferentes marcas e tipos para desenvolver um paladar mais apurado.

Tipos de Azeite e Acidez

O tipo de azeite e seu nível de acidez são indicadores importantes de qualidade:

  • Azeite Extra Virgem: É a categoria de maior qualidade. A acidez máxima permitida para ser classificado como extra virgem é de 0,8%. Quanto menor a acidez, melhor a qualidade das azeitonas e do processo de produção. Azeites com acidez de 0,1% a 0,3% são considerados de excelente qualidade.
  • Azeite Virgem: Tem acidez entre 0,8% e 2%. Possui boa qualidade, mas pode apresentar alguns defeitos sensoriais leves em comparação com o extra virgem.
  • Azeite Refinado ou “Azeite Composto”: Possui acidez acima de 2% e passa por processos químicos para refinar o sabor e aroma. Frequentemente é misturado com azeite virgem ou extra virgem. É o de menor qualidade e menos saudável.

Características Sensoriais (Sabor e Aroma)

Um azeite de oliva extra virgem de qualidade geralmente apresenta:

  • Frutado: Aroma que remete à azeitona fresca, grama, tomate verde, maçã ou outras frutas.
  • Amargor: Uma sensação de amargor na boca é um sinal positivo, indicando a presença de polifenóis (antioxidantes benéficos).
  • Picância (Pungência): Uma leve picância na garganta ao engolir também é um indicativo de bons polifenóis e de frescor. A intensidade varia de acordo com a variedade da azeitona e o estágio de maturação.
  • Sem defeitos: Não deve apresentar sabores ou aromas rançosos (parecido com mofo, gordura velha), avinagrados ou metálicos.

Informações no Rótulo

Fique atento a estes detalhes ao ler o rótulo:

  • Acidez: Como mencionado, procure por “Extra Virgem” e um percentual de acidez o mais baixo possível (idealmente abaixo de 0,5%).
  • Data de Envase e Validade: Quanto mais recente a data de envase, mais fresco o azeite. Azeites mais jovens tendem a ter mais sabor e propriedades benéficas. A validade pode variar de 6 meses a 2 anos.
  • Tipo de Azeitona (Variedade): Alguns rótulos indicam a(s) variedade(s) de azeitona(s) utilizada(s). Isso pode influenciar o perfil de sabor.
  • Origem: A origem do azeite pode indicar a tradição e as características das azeitonas locais.
  • Método de Extração: O ideal é que seja “extraído a frio” ou “prensa a frio”, o que garante a preservação dos nutrientes e características sensoriais.
  • Embalagem: Prefira azeites em garrafas de vidro escuro (âmbar ou verde escuro), que protegem o azeite da luz, evitando a oxidação e a perda de qualidade. Evite embalagens transparentes.

Armazenamento e Aspecto Visual

  • Armazenamento: Guarde o azeite em local fresco, escuro e fechado. Após aberto, consuma em até 2 meses para aproveitar suas melhores características.
  • Cor: A cor do azeite pode variar do verde intenso ao dourado, dependendo da variedade da azeitona e do estágio de maturação. A cor por si só não é um indicador de qualidade, mas sim a ausência de turbidez excessiva (a menos que seja um azeite não filtrado). É normal que o azeite fique turvo em temperaturas baixas, mas isso não afeta sua qualidade.

Por que a fiscalização é crucial no mercado de azeites?

A fiscalização no mercado de azeites é crucial para garantir que os consumidores tenham acesso a produtos autênticos e seguros. A ausência de fiscalização pode levar a um aumento nas fraudes, prejudicando tanto os consumidores quanto os produtores legítimos. A Anvisa e o Ministério da Agricultura desempenham papéis fundamentais na identificação e proibição de produtos fraudulentos.

Essas ações não apenas protegem a saúde dos consumidores, mas também ajudam a manter a integridade do mercado. A conscientização do consumidor e a denúncia de produtos suspeitos são igualmente importantes para combater fraudes e garantir a qualidade dos azeites disponíveis.

Quais os impactos no mercado?

As proibições de marcas fraudulentas têm um impacto significativo no mercado de azeites. Elas servem como um alerta para outras empresas sobre a importância de manter práticas comerciais transparentes e legais. Além disso, essas ações ajudam a educar os consumidores sobre a importância de escolher produtos de qualidade.

Embora essas medidas possam inicialmente causar uma redução na oferta de produtos, a longo prazo, elas contribuem para um mercado mais confiável e seguro. Os consumidores se tornam mais conscientes de suas escolhas, e os produtores legítimos são incentivados a manter altos padrões de qualidade.

O post Atenção! Mais duas marcas de azeite são proibidas pela Anvisa; veja apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.