O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Moraes, ordenou que a Polícia Federal (PF) disponibilize integralmente as provas coletadas no inquérito que investiga um suposto plano de golpe de Estado. A decisão foi tomada na quarta-feira (30/4) e visa garantir que o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados tenham acesso completo aos materiais que fundamentam as acusações contra eles.
Essa medida atende a um pedido das defesas de Bolsonaro, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-ministro Augusto Heleno, que reivindicaram acesso total aos documentos e mídias apreendidas durante as investigações. A decisão estipula prazos específicos para que a PF organize e disponibilize essas informações, assegurando que o processo seja conduzido com transparência.
Como a PF vai agir no caso de Bolsonaro?

A Polícia Federal deverá informar, em até cinco dias, o método mais adequado para compartilhar as informações com os acusados. Após essa definição, a corporação terá mais cinco dias para disponibilizar todo o material. A decisão também ressalta a necessidade de manter sigilo sobre documentos que contenham informações pessoais dos envolvidos, garantindo que a privacidade seja respeitada.
Além do acesso às provas, o ministro Alexandre de Moraes autorizou o depoimento de 15 testemunhas indicadas por Bolsonaro. Entre elas estão figuras proeminentes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes. Esses depoimentos são considerados essenciais para esclarecer os fatos e avançar nas investigações.
Quais são as acusações enfrentadas pelos réus?
Os acusados, incluindo Jair Bolsonaro, enfrentam graves acusações, como formação de organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que havia um plano, conhecido como Punhal Verde Amarelo, que visava desestabilizar o governo democraticamente eleito. A PGR também menciona a existência de uma “minuta do golpe”, um documento que teria sido preparado para justificar uma intervenção militar.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: Acusação de tentar derrubar o governo democraticamente eleito por meios violentos.
- Golpe de Estado: Acusação de planejar e executar ações para tomar o poder ilegalmente.
- Organização criminosa armada: Acusação de fazer parte de um grupo organizado com o objetivo de cometer crimes violentos.
- Dano qualificado: Acusação de causar danos materiais ao patrimônio público durante os atos golpistas.
- Deterioração de patrimônio tombado: Acusação de danificar prédios e monumentos históricos.
Quais os impactos deste processo?
– Ainda sigo internado no Hospital DF Star em acompanhamento pós-operatório, após mais de 15 dias da última cirurgia. No dia 30 de abril, recebi alta da Unidade de Terapia Intensiva e fui transferido para a unidade de internação.
– Neste momento, estou clinicamente estável, sem… pic.twitter.com/ZlnCDB5WeD
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 1, 2025
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ouvir, nos próximos passos da investigação, figuras como o governador paulista Tarcísio de Freitas, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, o ex-ministro Eduardo Pazuello e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.
Em março, a Corte aceitou denúncia contra Jair Bolsonaro e mais sete envolvidos, transformando-os em réus sob a acusação de envolvimento em uma tentativa de golpe contra o regime democrático.
Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de subversão do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, além de danos qualificados com uso de violência, ameaças e destruição de patrimônio protegido.
A PGR também aponta que o ex-presidente sabia da elaboração de um documento conhecido como “minuta do golpe”, que visava justificar uma intervenção militar e romper com a ordem constitucional vigente.
O desenrolar deste caso é crucial para a manutenção do Estado Democrático de Direito no Brasil. A transparência no acesso às provas e a autorização para ouvir testemunhas são passos importantes para garantir que a justiça seja feita. Este processo não apenas busca responsabilizar os envolvidos, mas também reforça a importância das instituições democráticas e do respeito à ordem constitucional.
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