O saque-aniversário do FGTS é uma modalidade criada em 2019 que permite aos trabalhadores retirarem uma parte do saldo de suas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no mês de seu aniversário. Essa opção oferece aos trabalhadores a oportunidade de acessar uma parcela de seus fundos anualmente, em vez de esperar por eventos específicos, como demissão sem justa causa, para sacar o dinheiro.
Além disso, essa modalidade possibilita a antecipação das retiradas por meio de empréstimos bancários. Atualmente, não há restrições quanto ao período de antecipação, e o número de antecipações depende do saldo disponível na conta do FGTS e das políticas de crédito de cada instituição financeira.
Por que o governo está considerando restringir as antecipações?

O governo está avaliando a possibilidade de restringir o número de parcelas de antecipação do saque-aniversário do FGTS. Essa medida surge em meio a preocupações sobre o impacto das retiradas nas contas do Fundo, que é uma fonte crucial de financiamento para programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida. Representantes do setor da construção civil argumentam que o volume de retiradas enfraquece o Fundo, desviando recursos que poderiam ser usados para investimentos em habitação.
Além disso, o governo lançou recentemente um novo consignado para o setor privado, que oferece menos burocracia e juros mais baixos. Com isso, espera-se que a demanda pela antecipação do saque-aniversário diminua, tornando as restrições mais viáveis.
Qual é a posição dos bancos e do setor da construção civil?
Os bancos e o setor da construção civil têm opiniões divergentes sobre o número de parcelas que devem ser permitidas para antecipação. Enquanto o setor da construção defende a possibilidade de antecipar até três saques, os bancos pressionam por um limite de até cinco parcelas. Para os bancos, essa operação é atrativa devido à baixa taxa de inadimplência, já que os valores antecipados ficam bloqueados na conta do FGTS para pagamento ao banco credor.
Por outro lado, o setor da construção civil está preocupado com o impacto das retiradas nas contas do FGTS, que são essenciais para o financiamento de projetos habitacionais. Eles argumentam que os recursos do FGTS deveriam ser direcionados para investimentos, em vez de consumo imediato.
Quais são os impactos econômicos das antecipações do saque-aniversário?
Desde a implementação do saque-aniversário, foram realizadas 228,5 milhões de operações, totalizando R$ 82,6 bilhões. Essa movimentação financeira tem um impacto significativo na economia, pois permite que os trabalhadores tenham acesso a recursos que podem ser usados para consumo ou pagamento de dívidas. No entanto, essa prática também levanta preocupações sobre a sustentabilidade do FGTS como fonte de financiamento para políticas habitacionais.
A taxa de juros para a antecipação do saque-aniversário é limitada a 1,8% ao mês, o que torna essa operação atrativa para os bancos. No entanto, a preocupação com a fragilidade das contas do FGTS levou o governo a considerar medidas para preservar os recursos do Fundo, equilibrando as necessidades dos trabalhadores e a sustentabilidade dos programas habitacionais.
Como o governo pretende preservar as contas do FGTS?
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância de preservar os recursos do FGTS e mencionou que o governo está estudando medidas para aperfeiçoar a gestão do Fundo. Essas medidas podem incluir a restrição do número de antecipações permitidas, além de incentivar o uso do novo consignado do setor privado, que oferece condições mais vantajosas para os trabalhadores.
Ao equilibrar as necessidades de consumo imediato dos trabalhadores com a sustentabilidade dos programas habitacionais, o governo busca garantir que o FGTS continue a ser uma fonte vital de financiamento para projetos de habitação e infraestrutura, ao mesmo tempo em que atende às demandas dos trabalhadores por acesso a seus recursos.
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