Alta do PIB em 2024 prova resiliência da indústria brasileira

O PIB brasileiro fechou o ano passado com alta de 3,4%, totalizando R$ 11,7 trilhões, puxado pelo setor de serviços e pela indústria. O resultado prova a força e a resiliência do nosso setor industrial. Apesar de ter sido relegado a um segundo plano de atenção nas últimas décadas, mais uma vez ele deu mostras de que, mesmo sem estímulos ou com apoios tímidos, é capaz de dar respostas positivas para melhorar a competitividade do país.

O resultado mostrou o melhor PIB desde 2021 e o terceiro melhor resultado da indústria nos últimos 15 anos, com um crescimento de 3,3%. A atividade de construção foi o principal destaque, em função do crescimento da ocupação na atividade, da produção de insumos típicos e da expansão do crédito. Outros segmentos com crescimento significativo foram eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos.

Conheça o JOTA PRO Poder, plataforma de monitoramento que oferece transparência e previsibilidade para empresas

Um país competitivo não pode prescindir de uma indústria forte. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que a indústria de transformação, em 1985, representava 36% do PIB, mas terminou o ano de 2021 com apenas 11% de participação na produção nacional. Em 1995, nossa indústria manufatureira representava 2,77% da produção mundial, percentual que hoje é de apenas 1,28% – ou seja, praticamente a metade.

Por isso, retomar a força da indústria nacional é um dos grandes pilares da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo. Como vice-presidente da FPBC, trabalhei intensamente para que a reforma tributária aprovada pelo Congresso ajustasse as alíquotas do setor para evitar o estrangulamento do investimento e da inovação, fatores essenciais para o desenvolvimento de qualquer setor econômico.

Além disso, alinhamos junto ao governo federal e apoiamos a aprovação do PL da Depreciação Acelerada, um estímulo para que as nossas empresas substituam o maquinário obsoleto por outro mais moderno, antenado com as necessidades de produção mundial. Desde o dia 5 deste mês, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) disponibilizou R$ 3 bilhões em créditos financeiros para os anos de 2025 e 2026, beneficiando 25 atividades industriais.

Como disse antes, o programa incentiva a compra de máquinas e equipamentos novos, promovendo maior produtividade, eficiência energética e descarbonização, aproveitando que a indústria está com alta capacidade produtiva e pouca ociosidade. A nova fase do programa utilizará créditos não aplicados na etapa anterior, que destinou R$ 3,4 bilhões entre 2024 e 2025. No ano passado, 374 projetos industriais foram beneficiados, com destaque para os setores de borracha, biocombustíveis, celulose e máquinas.

O IVA dual dará mais fôlego para a indústria, os créditos do programa de depreciação acelerada permitirão a renovação de parte do parque fabril nacional. Existem, contudo, muitos outros desafios: os desafios da Indústria 4.0 em um mundo tecnológico e conectado; o uso da Inteligência Artificial cada vez mais presente em nossos dias; a necessidade de uma melhor formação da mão-de-obra nacional, com o estímulo ao ensino técnico profissionalizante. E as dúvidas e incertezas sobre os rumos e o equilíbrio nas relações comerciais internacionais.

O Brasil precisa se preparar para os desafios que virão. A competitividade não é conquistada da noite para o dia e os esforços precisam ser perenes. Não podemos repetir os erros das últimas décadas, achando que a desindustrialização é algo benéfico. As grandes nações são harmônicas em seus setores econômicos. Se quisermos estar no primeiro time global, temos que pensar como um país grande.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.