Desaprovação recorde de Lula na Quaest mostra que 3º mandato é museu de velhas novidades que tropeça nos próprios erros


Pesquisa expõe desgaste do governo Lula, com críticas ao isolamento do presidente em grupo restrito de aliados, falhas na comunicação, crises causadas por medidas econômicas e distanciamento das prioridades do eleitorado. Lula em 30 de janeiro de 2025
Reuters/Adriano Machado
A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (20) joga luz e é um retrato do que aliados têm apontado como flancos abertos do governo Lula: o governo Lula 3 é um museu de grandes novidades, não consegue se conectar com o novo Brasil e tampouco entender e responder a demandas da sociedade em temas cruciais como segurança pública e inflação de alimentos.
O levantamento da Quaest divulgado nesta quarta-feira (26) mostra que o terceiro mandato de Lula é reprovado por 50% ou mais dos eleitores em oito estados pesquisados. A desaprovação ultrapassa os 60% em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Minas Gerais (MG), e a aprovação cai mais de 15 pontos na Bahia (BA) e em Pernambuco (PE), estados onde Lula venceu as eleições em 2022.
Essa é a primeira vez que a desaprovação de Lula superou numericamente a aprovação nesses dois estados do Nordeste, reduto do petista.
O atual governo se diferencia dos mandatos de Lula 1 e Lula 2 por ter um presidente mais isolado em um núcleo restrito, sem ampla circulação de opiniões, como era comum nas duas gestões anteriores.
Lula se elegeu com a promessa de um governo de frente ampla, mas, na prática, privilegiou o PT em posições-chave e concentrou mais esforços em sua própria base.
Não para por aí. A comunicação do governo Lula não é eficaz e deixa a desejar no trato das redes sociais, um espaço em que a oposição navega bem.
Na oposição, a mudança de foco das pautas de costumes para a economia tem se mostrado uma estratégia eficaz, especialmente no ambiente digital. A exploração da imagem do casal presidencial em conteúdos que sugerem ostentação, como vídeos divulgados por parlamentares da oposição, tem ganhado tração nas redes.
A crítica é de que o governo não consegue se comunicar com a população porque não entendeu as prioridades do eleitorado. A falta de atenção às pautas importantes para os cidadãos, como a inflação dos alimentos e a segurança pública, pode ser um dos fatores que levaram à queda de popularidade de Lula.
Aliados sugerem também que a centralização do poder nas mãos do ministro Rui Costa e da primeira-dama Janja tem ampliado desgastes internos e externos no governo e dificultado mudanças ao centro, por exemplo.
As declarações de Lula estão muitas vezes desconectadas do cotidiano da população, fazendo com que o governo tropece nos próprios erros
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