Furadeira doméstica é usada em cirurgias por médicos em SP

Um hospital localizado na região central de São Paulo chamou a atenção após denúncias sobre o uso de furadeiras domésticas em cirurgias ortopédicas. Esta prática, revelada por uma reportagem, traz à tona preocupações significativas sobre os riscos e implicações legais dessa medida. Os vídeos exibidos na investigação mostram furadeiras com sinais de uso inadequado para fins médicos, como marcas de sangue e fios descobertos.

Esses eventos foram associados ao Hospital Nossa Senhora do Pari, situado no bairro do Canindé. Um funcionário, sob condição de anonimato, relatou que furadeiras domésticas foram escolhidas pelo responsável pelas compras da instituição devido ao seu custo mais baixo. Apesar de o equipamento ser financeiramente vantajoso, ele representa um risco à saúde, conforme proibição estabelecida pela Anvisa desde 2008.

Como o uso de ferramentas não apropriadas por médicos pode impactar?

Furadeira doméstica é usada em cirurgias por médicos em SP
Furadeiras usadas – Foto: Reportagem Globo

A utilização de ferramentas não apropriadas para procedimentos médicos pode ter consequências graves. O caso de um motociclista operado em 2020 ilustra essas implicações, já que ele perdeu a mobilidade do braço direito após a cirurgia. Eduardo Santos, o paciente afetado, compartilhou sua experiência traumática durante e após a operação que utilizou tais ferramentas.

Outro exemplo é o de uma adolescente de 14 anos que, durante uma cirurgia no tornozelo, relatou ter escutado barulho semelhante ao de uma furadeira comum. Sua recuperação foi complicada por uma infecção bacteriana séria, que acabou exigindo a remoção de parafusos e uma placa metálica introduzidos durante o procedimento cirúrgico.

Como foi a reação das autoridades de saúde?

A resposta das autoridades de saúde foi vital para abordar estas questões. O Hospital Nossa Senhora do Pari se defendeu afirmando que os equipamentos utilizados são aprovados pela Anvisa e regularmente fiscalizados. No entanto, a Secretaria de Saúde mencionou que o hospital é gerido pelo município, e a Vigilância Sanitária conduz inspeções periódicas no local.

O Conselho Regional de Medicina declarou que investigará o caso, enquanto a prefeitura de São Paulo afirmou que poderá rescindir o contrato com o hospital se as irregularidades forem confirmadas. A situação destaca a importância da supervisão rigorosa e contínua em ambientes hospitalares para garantir a segurança dos pacientes.

Por que o uso de ferramentas inadequadas persistiu?

A motivação principal mencionada para o uso de furadeiras domésticas foi a economia financeira. O funcionário do hospital relatou que as furadeiras são vistas como uma opção mais barata, não apenas na aquisição, mas também na manutenção. Contudo, essa decisão levanta questões sobre que tipos de compromissos estão sendo feitos em termos de qualidade do cuidado de saúde e segurança dos pacientes.

A escolha de ferramentas menos onerosas, mas inadequadas para procedimentos médicos, também chama atenção para a necessidade de protocolos mais rígidos e fiscalização robusta por parte das autoridades para prevenir práticas semelhantes em outras instituições.

Este incidente no Hospital Nossa Senhora do Pari, embora isolado, sublinha a necessidade da adesão estrita aos padrões estabelecidos por órgãos reguladores como a Anvisa. Hospitais e clínicas devem priorizar a segurança do paciente e a qualidade dos materiais utilizados nos cuidados de saúde, independentemente do custo. Além disso, é crucial que os profissionais de saúde e as administrações hospitalares fortaleçam a ética profissional e a responsabilidade para evitar a repetição de tais eventos no futuro.

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