Campanha de Ramagem define perfil para vice e aliados pressionam para que Paes escolha nome


PL procura mulher evangélica de direita para compor chapa com Ramagem; aliados de Paes rejeitam indicação “puro-sangue”. Montagem com fotos dos pré-candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro: Eduardo Paes (PSD)e Delegado Ramagem (PL)
Tomaz Silva/Agência Brasil, Gilmar Félix/Câmara dos Deputados e Zeca Ribeiro/Agência Câmara
A campanha de Alexandre Ramagem, do PL, definiu o perfil que procura para o candidato à vice-prefeita do Rio de Janeiro: mulher, de direita, e com bom trânsito entre lideranças religiosas, especificamente as evangélicas.
Partidos que compõem a aliança do PL já apresentam nomes com essas características. Fontes do partido afirmam que, ao longo da semana passada, as conversas eram com o Republicanos, que apresentou o nome da deputada federal Tia Ju, que foi secretária de assistência social na gestão de Marcelo Crivella.
As conversas, no entanto, não avançaram. Isso porque o Republicanos ainda não definiu se embarca de vez na campanha de Ramagem ou se lança candidatura própria. O partido tem um pacto de não-agressão com Eduardo Paes.
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O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) em imagem de janeiro de 2024
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O MDB, ainda de acordo com a fonte, apresentou um outro nome: a radialista e ex-deputada estadual Rosane Félix. Atualmente, ela é pré-candidata a vereadora pelo partido e ligada à Assembleia de Deus.
Aliados de Paes pressionam para escolha de vice
Partidos que já sinalizaram apoio à reeleição de Eduardo Paes, do PSD, pressionam para que o atual prefeito escolha logo um nome para a chapa. PT, PDT, PCdoB e Solidariedade selaram um acordo para que o nome seja de um desses três partidos.
O PDT apresentou oficialmente o nome da deputada estadual e delegada Martha Rocha. Já o PT colocou dois nomes na mesa: o ex-deputado estadual André Ceciliano e o ex-secretário de assistência social de Paes, Adilson Pires.
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, em foto de junho de 2023
Reprodução/ TV Globo
No entendimento de fontes do PDT, no entanto, é que a última pesquisa Quaest/Rádio Tupi prejudicou a articulação do Partido dos Trabalhadores, uma vez que Paes perde intenções de voto quando vinculado diretamente ao presidente Lula, conforme o levantamento.
Isso poderia dificultar que o atual administrador da capital fluminense vencesse a disputa já no primeiro turno, pois a campanha de Ramagem exploraria a ligação de Paes com Lula e o PT, já que é quase certo que ele irá renunciar em 2026 para se candidatar ao governo do estado.
O cenário favorece a preferência pessoal de Eduardo Paes pelo deputado federal Pedro Paulo, que é aliado de longa data do prefeito e visto como um político com bom trânsito no Congresso por não ser um nome “ideológico”. A chapa “puro-sangue”, no entanto, é rejeitada pelos aliados à esquerda.
No domingo (16), se reuniram em um almoço, Eduardo Paes, André Ceciliano – indicado do PT – a deputada federal Benedita da Silva, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o presidente municipal do PT, Thiago Santana. O encontro seria para selar o nome do vice, mas nenhum martelo foi batido.
Fontes do PDT avaliam que o nome da deputada Martha Rocha é o perfil mais indicado para a vice de Paes: mulher, delegada e de um partido aliado da prefeitura e do governo federal. Martha “neutralizaria” o perfil mais à direita de uma possível vice de Ramagem e evitaria ataques mais fortes pela aliança de Paes com PT e Lula.
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