Desafios de financiamento e adaptação às mudanças climáticas na pauta de congresso para pequenos negócios

O segundo dia do Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios (Ciclos) aprofundou as discussões sobre os desafios das mudanças climáticas. Em pauta, estratégias de descarbonização, financiamento e desenvolvimento de planos climáticos. A transmissão do evento, que começou ontem e terminou nesta quinta-feira (8), pode ser acessada pelo Youtube.

Assista ao segunda dia do Ciclos

Na primeira palestra de hoje, “Emergência Climática – Desafios e Oportunidades para a humanidade”, o climatologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, José Orsini, apresentou dados das mudanças climáticas. Além de alertar sobre a lentidão mundial nas ações de mitigação, o especialista ressaltou os efeitos sociais do aumento da temperatura global.

Em seguida, o painel “Estratégias de descarbonização a partir da Economia Circular” reuniu o oficial em Políticas Públicas para América Latina e Caribe da Fundação Ellen MacArthur, Pedro Prata; a fundadora da iniciativa Ideia Circular, Carla Tennenbaum; e a analista de políticas públicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Larissa Malta. A mediação foi do gerente da Assessoria Internacional do Sebrae, Vinícius Lages.

Foto: Duda Rodrigues.

A gente deve pensar em reúso, em reparo, em recompartilhamento, em remanufatura e, por fim, em reciclagem. São muitas oportunidades também de negócios, de novos modelos, novos serviços. Mais do que reciclar o lixo, do que reduzir o lixo, a gente quer acabar com o conceito de lixo, porque o lixo é um erro de design.

Carla Tennenbaum, fundadora da iniciativa Ideia Circular.

Empreendedorismo sustentável

A manhã do evento encerrou com o painel “Cidades e Negócios Sustentáveis: Como Desenvolver Planos Climáticos Eficientes”, com mediação do diretor-técnico do Sebrae-PR, César Rissete. O gerente sênior de Engajamento, Dados e Ferramentas da C40 Cities, Sandino Lamarca; o diretor executivo do Instituto PCI, Richard Smith; e o prefeito de Cabrobó (PE), Elioenai Santos Filho, participaram do painel.

Foto: Duda Rodrigues.

Quando a gente olha para o empreendedor local, ele conhece a história daquele lugar. Ele conhece suas tecnologias e seus serviços, e eu acho que, no momento do planejamento, ele pode entrar com informações e contribuindo para que a gente tenha um diagnóstico mais preciso, que pode contribuir com esse direcionamento

Sandino Lamarca, gerente sênior de Engajamento, Dados e Ferramentas da C40 Cities.

O prefeito de Cabrobó destacou o papel do Sebrae como parceiro dos municípios. “Praticamente 100% das minhas iniciativas têm o Sebrae no meio. Em todas as visitas técnicas tinham alguém do Sebrae me acompanhando. Toda sistemática dentro da rede do município de implantação da educação tem o Sebrae, eu sou um apaixonado pela instituição”, declarou.

Foto: Duda Rodrigues.

Financiamento para a mudança

A parte da tarde do evento se concentrou na busca de financiamento para ações de sustentabilidade nos pequenos negócios. A palestra “O desafio de financiar a sustentabilidade”, da conselheira da Systemica Digital, Linda Murasawa, ressaltou os riscos e as oportunidades financeiras relacionadas às alterações climáticas.

“A sustentabilidade pode trazer uma inovação, uma reputação melhor para sua empresa, também trazer novos mercados. Isso pode trazer para você melhores relacionamentos com seus clientes, com os seus reguladores e com seus investidores. Você vai ter uma menor exposição a risco e vai ter processos mais eficientes”, reforçou Linda.

No painel “Financiamento Climático: Como Acessar Recursos para Adaptação e Sustentabilidade”, o foco se concentrou nos projetos e linhas de crédito disponíveis para todos os tipos de empreendedores, do grande ao pequeno.

Com mediação da diretora-técnica do Sebrae-MS, Sandra Amarilha, o painel contou com o sócio fundador da Impacta Finanças Sustentáveis, Felipe Vignoli; a executiva de sustentabilidade da Maia&Maia Consultoria, Katia Silene; a analista técnica-institucional do Sistema OCB Feulga Reis; e o representante do Climate Finance Hub Alexandre Batista.

“A aproximação com os bancos, agências de fomento, banco de desenvolvimento nacional e regionais é fundamental. Isso é relacionamento, não é chegar lá quando você precisa de dinheiro. Você precisa de relacionamento para entender a melhor forma de apresentar o seu projeto”, indicou Felipe.

Atuação no território

A 10ª edição do Ciclos terminou com o painel “Emergência Climática e Desenvolvimento Territorial Sustentável – Case Território Carbono Neutro”, mediado pelo gerente de Desenvolvimento Territorial do Sebrae, Jeconias Rosendo.

O painel foi composto pela diretora do Climate Champions Team, Daniela Lerario; o Secretário Adjunto de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul, Artur Falcette; e o diretor da Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, André Luiz de Andrade.

Falcette contou como o Mato Grosso do Sul se prepara para zerar as emissões de carbono do estado até 2030. “A nossa meta é que, até o meio do ano que vem, os 79 municípios de Mato Grosso do Sul tenham os seus planos de mitigação prontos e as ações que serão tiradas desses planos”, informou.

Sobre o evento

O Ciclos foi realizado pelo Sebrae Nacional e Sebrae Mato Grosso e promoveu uma ampla discussão sobre os desafios e as oportunidades da sustentabilidade empresarial no Brasil. Com foco no fortalecimento do empreendedorismo e da inovação, o congresso reuniu lideranças, especialistas e representantes de diversas instituições públicas e privadas.

A programação incluiu palestras, painéis temáticos e uma exposição dos Polos de Referência do Sebrae, destacando iniciativas que colocam os pequenos negócios como protagonistas no enfrentamento das mudanças climáticas. O evento debateu como ampliar gestão sustentável no fomento ao empreendedorismo.

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