Antes mesmo da posse no STF, já começou a disputa pelo espólio político de Dino no MA

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, ainda não assumiu a cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) — cargo para qual foi aprovado pelo Senado Federal no ano passado —, mas seu espólio político já está sendo disputado pelos possíveis herdeiros.
A disputa veio a tona nesta quarta-feira (17), por meio das redes sociais. Em uma sequência de postagens no “X” (antigo Twitter), o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) publicou:
“Tem gente que traiu Flavio Dino, rompeu com ele, tentou derrotá-lo e, agora, vejam só, tenta ser herdeiro político dele!!!! É cada uma hahahahaha”.
O recado tem nome e sobrenome: o senador Weverton Rocha (PDT-MA). Oficialmente, Rubens Pereira nega, mas integrantes da política maranhense não têm dúvidas de que a mensagem foi uma indireta ao relator da indicação de Flávio Dino ao STF.
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Weverton Rocha e Rubens Pereira faziam parte do mesmo grupo político — o de Dino, que conseguiu formar uma ampla coalização quando foi governador. Até mesmo a família de José Sarney, antes rival, aderiu à frente ampla. Só que Weverton queria ser o candidato a governador para suceder Dino. Dino, por sua vez, escolheu Carlos Brandão.
Sem aceitar ser preterido, Weverton lançou candidatura contra Brandão. Fez acenos à direita mais radical e incluiu em sua chapa o PL, de Jair Bolsonaro, rival de Lula.
Dino e Weverton seguiram caminhos opostos no primeiro ano de mandato de Lula até a indicação do ministro para o STF, quando Davi Alcolumbre, aliado de Weverton, deu a ele a relatoria do indicado.
O grupo do Maranhão que permaneceu apoiando Dino afirma que, depois disso, Weverton tem tentado se capitalizar com o presidente Lula como o sucessor de Dino no estado. E que ele tem feito movimentos para herdar os votos de Lula no estado que, até agora, eram de Dino.
Os aliados que nunca mudaram de barco estão incomodados com o movimento. E a disputa veio a público com a postagem nas redes sociais.
Em nota, Weverton Rocha disse: “Não creio que [a postagem] seja para mim. Seria um ciúme tolo diante de uma reaproximação entre dois aliados (eu e Flávio) que sempre pertenceram ao mesmo campo político. Além do mais, a definição de quem é o herdeiro da força política de Flávio será feita pela população.”
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