Bolsonaro diz que o ‘day after’ do golpe seria danoso e que não queria ‘vaia’ ao passar a faixa

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou em interrogatório ao ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), que no governo dele nunca se falou em golpe de estado. “O golpe seria fácil começar, o after day seria danoso para todo mundo. Não foi sequer cogitado essa ideia de golpe no meu governo”, disse. “Quando o senhor perde a eleição é um vazio que você não imagina, por isso, conversava com comandantes sobre as eleições de 2022″, completou. Bolsonaro também disse que o almirante Almir Garnier nunca falou em colocar “tropas à disposição”.

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O ex-presidente contou que não compareceu à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) porque não iria se “submeter a maior vaia da história do Brasil”. Bolsonaro disse ainda que “em nenhum momento pensamos, eu e os comandantes, em fazer algo do arrepio da lei e da nossa Constituição”.

Sobre a minuta golpista, Bolsonaro disse que o assessor Filipe Martins não era a pessoa “adequada para tratar da minuta” e na sequência emendou. “Dá a entender que é minuta do mal, conspiração. Eu sempre estive do lado da Constituição. Eu refuto qualquer possibilidade de falar em minuta de golpe, que não esteja enquadrada na Constituição brasileira”. O ex-presidente afirmou que não enxugou qualquer minuta golpista e que eram apenas “considerandos” com a condição do Brasil.

Relatou que tem críticas às urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral. “As minhas críticas, eu posso ter exagerado nas críticas, na entonação”. E disse que não pressionou o ministro da defesa Paulo Nogueira para atrasar o relatório que não apontava fraudes nas urnas eletrônicas brasileiras.

Bolsonaro também disse que não soube de blitzes em rodovias para impedir que eleitores votassem em locais em que Lula teria mais votos. Depois, brincou com Moraes que vai para o Nordeste e que poderia enviar os vídeos para o ministro para ele ver a receptividade que ele tem na reunião. Em tom irônico, Moraes respondeu: “declino”.

Bolsonaro é o sexto réu a ser interrogado no STF no âmbito da Ação Penal (AP) 2668.

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