Amazon vence Anatel em processo de venda de celulares não homologados

A Amazon venceu uma batalha contra a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em relação à homologação e vendas de smartphones não homologados pelo órgão. Em uma decisão da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), ficou entendido que a Anatel não tem a autonomia para multar e bloquear páginas de internet.

Todo o imbróglio começou quando a agência divulgou o Despacho Decisório 5.657/2024/ORCN/SOR. Na ocasião, o documento impunha que empresas de e-commerce incluíssem um campo para código de homologação da Anatel em anúncios de celulares, formas de validação desse código, e o impedimento de cadastro de celulares não homologados.

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Também foi atribuído no despacho a remoção de anúncios de aparelhos sem a devida homologação. A Amazon, uma das empresas afetadas, buscou a justiça em segunda instância, alegando que opera somente como um marketplace, ou seja, não possui responsabilidade pelo conteúdo gerado por terceiros.

Anatel apreende 3,3 mil itens irregulares de Amazon, Mercado Livre e Shopee
Amazon aponta que Anatel feriu o artigo 19 do Marco Civil da Internet ao requerer a retirada de conteúdo sem ordem judicial (Imagem: Gov)

A desembargadora responsável pelo caso, Mônica Nobre, aponta que apesar da Anatel ser a responsável pela certificação e expedição de normas, ela não tem atribuições sobre fiscalização, multas e bloqueio de páginas de internet. Essa decisão se aplica primordialmente ao fato da batalha judicial envolver o campo de venda de produtos.

Anatel contra os marketplaces

O embate entre a Anatel e diversos marketplaces não é de hoje. Na última semana, a Anatel apreendeu mais de três mil itens não homologados de galpões da própria Amazon, Mercado Livre e Shopee. Os produtos apreendidos envolvem drones não homologados, smartphones e carregadores, TVs Box pirata, baterias, e roteadores sem fio.

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Vale notar que o Mercado Livre também entrou com uma ação para solicitar a anulação do despacho. Em um primeiro momento, o Tribunal da 1ª região indeferiu a liminar. A procuradoria que defendeu a Anatel entende que a Amazon se beneficia financeiramente de aparelhos não homologados.

 

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