A relação entre a alimentação e a saúde do cérebro tem sido um foco crescente de pesquisa científica. Especialistas estão cada vez mais interessados em como certos nutrientes podem influenciar a função cognitiva e proteger contra o declínio mental. Universidades renomadas nos Estados Unidos, como Nebraska-Lincoln e Illinois, estão liderando estudos para identificar quais componentes alimentares são mais benéficos para o cérebro humano.
Recentes investigações sugerem que dietas ricas em frutas e vegetais podem ter um impacto positivo na saúde mental, especialmente em pessoas mais velhas. Análises de perfis nutricionais de indivíduos entre 65 e 75 anos indicam que aqueles que consomem mais alimentos frescos tendem a experimentar um declínio cognitivo mais lento, destacando a importância da dieta na manutenção da saúde cerebral durante o envelhecimento.
Quais são os melhores alimentos para o cérebro?
Os ácidos graxos insaturados são frequentemente citados como cruciais para a saúde do cérebro. Presentes em alimentos como nozes, sementes de linhaça, abacate e peixes, esses ácidos são essenciais para a proteção das células cerebrais. Além disso, antioxidantes encontrados em frutas e vegetais desempenham um papel vital na defesa contra o estresse oxidativo, que pode danificar as células nervosas.
Um estudo realizado pela Universidade de Harvard em 2021 destacou a importância dos antioxidantes na dieta, associando seu consumo à redução do risco de declínio cognitivo. Esses compostos ajudam a neutralizar radicais livres, moléculas que podem causar danos significativos às células.

Os principais ácidos graxos insaturados e os alimentos que os contêm são:
1. Ômega-3 O ômega-3 é um ácido graxo poli-insaturado essencial para o bom funcionamento cerebral, desde o desenvolvimento na infância até a proteção contra o declínio cognitivo no envelhecimento. Ele contribui para a memória, o aprendizado, a plasticidade cerebral e a redução de inflamações. Os principais tipos de ômega-3 são:
- Ácido Docosahexaenoico (DHA): É o mais abundante no cérebro, compondo cerca de 25% da gordura cerebral. É fundamental para a construção e comunicação das células cerebrais, além de proteger contra danos causados por inflamações e estresse oxidativo.
- Alimentos:
- Peixes gordurosos de água fria: Salmão, atum, sardinha, arenque, cavalinha, anchova.
- Algas marinhas: Única fonte vegetal direta de DHA.
- O corpo também pode produzir DHA a partir do ALA (ver abaixo), mas em menor quantidade.
- Alimentos:
- Ácido Eicosapentaenoico (EPA): Também presente em peixes gordurosos, o EPA é mais conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, que indiretamente beneficiam o cérebro ao reduzir inflamações sistêmicas que podem afetar a função cerebral.
- Alimentos:
- Peixes gordurosos de água fria: Salmão, atum, sardinha, arenque, cavalinha.
- Óleo de algas: Fonte vegetal.
- Alimentos:
- Ácido Alfa-Linolênico (ALA): É um ômega-3 de origem vegetal que o corpo pode converter em EPA e DHA, embora em quantidades limitadas.
- Alimentos:
- Sementes de linhaça (e óleo de linhaça)
- Sementes de chia
- Nozes
- Abacate
- Couve, brócolis e espinafre (em menor quantidade)
- Óleo de canola
- Alimentos:
2. Ômega-6 O ômega-6 também é um ácido graxo poli-insaturado essencial, mas o equilíbrio entre ômega-3 e ômega-6 é crucial. Em excesso, o ômega-6 pode promover inflamação, enquanto o ômega-3 tem um efeito anti-inflamatório. O ideal é manter uma proporção saudável entre eles na dieta.
- Alimentos:
- Oleaginosas: Nozes, sementes de girassol, amêndoas, castanha de caju, avelã.
- Sementes: Semente de gergelim, semente de abóbora, semente de cânhamo, semente de chia.
- Óleos vegetais: Óleo de girassol, óleo de milho, óleo de soja.
- Proteínas: Carne de frango, carne de peru, carne de porco, gema de ovo.
Como a alimentação impacta a cognição?
A interação entre dieta e cognição é complexa, mas há evidências de que uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes pode melhorar as funções cerebrais e retardar o declínio cognitivo. Os ácidos graxos insaturados são componentes essenciais das membranas celulares no cérebro, facilitando a comunicação entre as células nervosas.
Os antioxidantes, por sua vez, ajudam a prevenir inflamações e danos oxidativos, fatores que aumentam o risco de doenças neurodegenerativas. A inclusão de alimentos ricos nesses nutrientes na dieta diária pode ser uma estratégia eficaz para promover a saúde cerebral e melhorar a qualidade de vida à medida que se envelhece.
Como ajustar uma dieta saudável para o cérebro?
Para otimizar a saúde cerebral, recomenda-se uma dieta rica em alimentos naturais e minimamente processados. Incluir uma variedade de frutas e vegetais, além de fontes de ácidos graxos insaturados, pode fornecer os nutrientes necessários para manter o cérebro em bom funcionamento. Manter um estilo de vida ativo e evitar hábitos prejudiciais, como o consumo excessivo de álcool e tabaco, também é fundamental.
Essas diretrizes são baseadas em evidências científicas que ressaltam a importância de uma alimentação equilibrada para a saúde mental. Ao adotar essas práticas, é possível não apenas melhorar a função cognitiva, mas também reduzir o risco de doenças neurodegenerativas e promover o bem-estar geral.
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