Ao STF, Mourão chama 8/1 de ‘baderna’ e diz que estava no piscina durante os atos

Em depoimento para o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (23/5), na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que não tinha informações e não participou de reuniões golpistas. Mourão foi vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL).

Sobre o 8 de janeiro, Mourão informou que estava em casa, no Altiplano Leste, no Distrito Federal, quando soube por um telefonema do filho “da baderna”. O general disse que estava na piscina enquanto ocorria a depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele informou que “não teve notícias” de militares do governo de Bolsonaro que tivessem algum envolvimento com “a baderna que ocorreu” – referindo-se novamente ao 8 de janeiro.

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Em sua avaliação, o “8 de janeiro foi inação do governo”. “Deveria ter acionado os meios respectivos”, afirmou. Mourão disse que já liderou o Comando do Planalto e sabe da existência de um plano de segurança para a Praça dos Três Poderes, que deveria ter sido posto em ação.

O senador disse que o ex-presidente nunca conversou com ele sobre minuta golpista. Disse que coube a Ciro Nogueira (PP-PI), o então ministro da Casa Civil, coordenar a transição entre o governo Bolsonaro e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “demonstrando que Bolsonaro estava pronto para entregar o governo”. Sobre a transição, ele informou que conversou com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB-SP), e expôs as funções e o organograma da vice-presidência, assim como as esposas teriam conversado sobre o Palácio do Jaburu. “Os encontros sempre foram harmônicos e tranquilos”.

Mourão disse que desconhece uma conversa que Cid recebeu os prints do tenente Sérgio Cavaliere, constantes no relatório da Polícia Federal. A conversa seria entre Cavaliere e um interlocutor de nome “Riva”. Essa pessoa encaminha o que seriam informações da reunião do então presidente Bolsonaro com o seu vice, general Mourão e outros generais.

Riva diz que Mourão negociou com outros generais a saída de Bolsonaro, chamado de “01”, fazendo referência a tentativa de golpe de Estado no Peru. Em seguida, Riva diz que, os militares rasgaram o documento que Bolsonaro tinha assinado. Diz: “Rasgaram o documento que o 01 assinou”, possivelmente se referindo ao decreto de Golpe de Estado. Em seguida, passam a atacar os integrantes do Alto Comando do Exército.

Questionado se é/foi vítima de ataques na internet, Mourão disse que sim e afirmou que a prática é comum na política. Mourão também afirmou que “em nenhum momento” os generais Braga Netto e o Augusto Heleno conversaram com ele sobre medida de exceção, como uma minuta golpista, por exemplo.

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