Cercado de mistérios, anúncio de corte é aposta do governo para reforçar melhora de ativos

Cercada de segredo pela equipe econômica, a divulgação do relatório bimestral e do corte de gastos que ele demandará está sendo vista dentro do governo como uma aposta para acentuar o ciclo positivo de melhora nos preços dos ativos. Um interlocutor afirmou que o ajuste será robusto e vai atingir, quando vier o decreto até o fim do mês, a todos os ministérios.

Outra fonte do governo aponta que um anúncio bem feito e que aumente a credibilidade pode trazer a política fiscal para o jogo de melhora de ativos, e consequentemente das expectativas econômicas, especialmente as inflacionárias. Até o momento, na visão dessa fonte, toda melhora, principalmente da taxa de câmbio, ocorreu por conta da combinação de uma política monetária agressiva com um setor externo que favoreceu os emergentes. A hora seria de a política fiscal ser mais clara e convincente.

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Às 14h30, serão divulgados os números do relatório, seguido de entrevista às 15 horas com a participação de Fernando Haddad e Simone Tebet, o que reforça o sentido de aposta em uma melhora de expectativas.

Ao fazer isso com o mercado aberto, a equipe econômica arrisca ter uma resposta bem rápida dos agentes sobre se o objetivo foi ou não atingido. Se decepcionar, com números inferiores ao piso de R$ 10 bilhões de corte que vem sendo sinalizado para o mercado, pode ter problemas, com alta do dólar e dos juros.

Se vier com cortes mais altos, acima do que fez no ano passado, pode parecer mais convincente e tem mais chance de ajudar o mercado. Mas não é só o número mágico da contenção que importa. O como se chegará lá também fará diferença. E isso depende das medidas que serão associadas ao relatório.

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