França quer construir ‘superpresídio’ em plena floresta amazônica; veja detalhes

A França revelou planos para a construção de uma nova prisão de segurança máxima na Guiana Francesa, uma região que já abrigou a notória colônia penal da Ilha do Diabo. O anúncio foi feito pelo Ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, durante uma visita ao território no domingo (18/5), destacando a necessidade de enfrentar a crescente ameaça do tráfico de drogas e o radicalismo islâmico na região.

Localizada em Saint-Laurent-du-Maroni, próximo à fronteira com o Suriname, a nova instalação terá capacidade para 500 detentos, incluindo 60 em regime de segurança máxima. A iniciativa visa aliviar a superlotação carcerária e aumentar a segurança na Guiana Francesa, um ponto estratégico no trânsito de cocaína sul-americana rumo à Europa.

Por que a Guiana Francesa foi escolhida para a nova prisão?

A escolha da Guiana Francesa para a construção da nova prisão está diretamente ligada à sua posição geográfica e aos desafios de segurança enfrentados pela região. O território é um ponto de trânsito crucial para o tráfico de drogas, o que contribui para uma alta taxa de homicídios em comparação com a França continental. Além disso, a presença de gangues organizadas e a corrupção potencial entre autoridades locais tornam a segurança uma prioridade.

O Ministro Darmanin enfatizou que a nova prisão ajudará a garantir que os cidadãos dos territórios ultramarinos tenham o mesmo nível de segurança que os da França continental. A instalação também incluirá um tribunal, reforçando o sistema judicial local e proporcionando condições adequadas para a detenção de criminosos de alto risco.

Razões para a escolha

  • Isolamento geográfico: A Guiana Francesa, localizada na floresta amazônica, oferece um ambiente remoto e isolado. A ideia é que a distância e as dificuldades de acesso dificultem as operações e a comunicação dos detentos com suas redes criminosas externas. A prisão será construída em Saint-Laurent-du-Maroni, perto da fronteira com o Suriname, uma região estratégica para o combate ao tráfico de drogas.
  • Combate ao crime organizado: A França busca intensificar o combate ao narcotráfico internacional, e a nova prisão é vista como uma ferramenta para desmantelar as redes criminosas. Ao deter os chefes dessas redes em um local remoto e de segurança máxima, o governo espera limitar sua capacidade de comando.
  • Histórico colonial: A Guiana Francesa já foi uma colônia penal no passado, com a famosa Ilha do Diabo. Essa história, embora controversa e alvo de críticas por parte dos moradores locais, pode ter influenciado a percepção da região como um local adequado para o isolamento de prisioneiros.
  • Jurisdição francesa: Como um departamento ultramarino, a Guiana Francesa é parte integrante do território francês, o que simplifica questões legais e administrativas para a construção e operação da prisão.

Controvérsias e críticas

Apesar das justificativas do governo francês, a decisão gerou uma onda de protestos e críticas, principalmente por parte das autoridades e moradores locais da Guiana Francesa. Eles argumentam que a medida é um “retrocesso colonial” e que a Guiana não deve ser vista como um “depósito de criminosos” da França continental. Também há preocupações com a falta de diálogo e consulta à população local sobre o projeto.

Qual é o impacto histórico da Ilha do Diabo na decisão?

A Ilha do Diabo, parte da antiga colônia penal de Caiena, é um símbolo de condições desumanas de encarceramento. Fechada em 1953, a colônia inspirou obras literárias e cinematográficas, como o romance “Papillon”. A decisão de construir uma nova prisão na mesma região traz à tona memórias sombrias, mas também destaca a evolução das práticas penais e a busca por melhores condições de detenção.

O projeto da nova prisão, com um custo estimado de 400 milhões de euros, reflete um compromisso com a segurança e a justiça, ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade de evitar os erros do passado. A instalação moderna visa garantir que os detentos sejam mantidos em condições seguras e humanas, prevenindo a continuidade de atividades criminosas de dentro das celas.

Quais são os desafios enfrentados pela Guiana Francesa?

A Guiana Francesa enfrenta desafios significativos relacionados ao tráfico de drogas e à violência associada a gangues. A taxa de homicídios no território é alarmante, e a presença de traficantes de drogas de alto escalão sob custódia ressalta a necessidade de instalações adequadas para detenção. O Ministro Darmanin destacou que esses criminosos, muitas vezes, continuam a operar de dentro das prisões, utilizando seus recursos para corromper autoridades.

A nova prisão representa um passo importante na estratégia da França para combater o crime organizado e o tráfico de drogas na região. Ao fortalecer a infraestrutura de segurança e justiça, o governo francês busca não apenas proteger seus cidadãos, mas também enviar uma mensagem clara de que o crime não será tolerado.

Como a decisão da França pode impactar?

Prisão de segurança máxima na Guiana Francesa – Foto: Ministere De La Justice France/AFP

Com a construção da nova prisão, a França espera melhorar significativamente a segurança na Guiana Francesa. A instalação não apenas aumentará a capacidade de detenção, mas também proporcionará um ambiente mais seguro para os detentos e a população local. A presença de um tribunal no complexo facilitará o processamento judicial e ajudará a reduzir a impunidade.

O projeto reflete um compromisso contínuo com a justiça e a segurança, abordando as preocupações de longo prazo sobre o crime e a violência na região. À medida que a construção avança, a Guiana Francesa poderá se tornar um exemplo de como enfrentar desafios complexos de segurança com soluções inovadoras e eficazes.

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