Na abertura da reunião de ministros de Energia do BRICS, na última segunda-feira (19/5), em Brasília, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que o debate sobre os combustíveis fósseis é central para a convenção e tem que ser tratado de maneira direta. À plateia que inclui representantes de parte importante dos maiores produtores do mundo, ele afirmou que é preciso falar sobre o tema de maneira muito aberta.
“Não há como ter uma resposta adequada se não estivermos todos unidos para encontrar soluções, que vão envolver tecnologia, financiamento e soluções econômicas”, destacou.
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Em encontro na semana passada com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ele disse ter pedido que a estatal conduza esse diálogo ao longo da COP30 dado o fato de o Brasil ser um grande produtor e exportador de petróleo.
“Energia e mudança do clima estão obviamente muito ligados, pois o setor envolve mais de 70% das emissões mundiais, de acordo com as estatísticas”, lembrou.
A ligação indissociável entre os temas é uma das mensagens que a presidência brasileira do BRICS conseguiu incluir na declaração ministerial que deve ser divulgada mais tarde, como antecipou o JOTA. E a importância desse recado está justamente no fato de o BRICS ampliado, que se reúne pela primeira vez este ano, incluir boa parte dos maiores produtos de combustíveis fósseis do mundo.
O presidente da COP30 ainda destacou o que chamou de enorme de espaço para o BRICS de fala e para a criação de um novo tipo de liderança no debate da mudança do clima que levem em conta os desafios dos países em desenvolvimento.
“O BRIC tem de tomar a liderança, levando em conta o fato de os países desenvolvidos terem falhado na sua liderança durante esses anos em que negociamos mudança do clima. Participaram de maneira muito construtiva, mas na parte em que assumiram compromissos não foi cumprida”, concluiu.