Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da Austrália fez uma descoberta notável no estudo do gênero Promachocrinus na Antártida, revelando a existência de várias novas espécies. Entre essas, a Promachocrinus fragarius se destacou por sua aparência única e vibrante, recebendo o apelido de “estrela antártica de penas de morango“. Esta pesquisa, publicada na revista Invertebrate Systematics, sublinha a importância de aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade nas águas antárticas.
Até então, acreditava-se que apenas uma espécie desse gênero habitava a região. No entanto, através de análises genéticas e morfológicas, os pesquisadores descobriram uma diversidade muito maior do que se imaginava. Esta revelação amplia significativamente o entendimento sobre a vida marinha na Antártida.
Quais os impactos da descoberta na Antártida?
Uma estrela marinha que parece um morango? Conheça o Promachocrinus fragarius, recém-descoberto na Antártida! Com 20 braços e cores hipnotizantes, ele habita profundezas de até 1.000 metros.
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— Astrônimo Enigma (@astronimoenigma) January 12, 2025
A identificação de novas espécies dentro do gênero Promachocrinus destaca a complexidade dos ecossistemas marinhos antárticos. A maioria dessas espécies foi encontrada em áreas próximas ao continente antártico, com algumas exceções em regiões mais distantes. Essa diversidade recém-descoberta é crucial para entender como esses organismos se adaptam a condições ambientais extremas.
Os principais impactos são:
- Reclassificação e Ampliação do Gênero: A descoberta da Promachocrinus fragarius e o aprofundamento das pesquisas sobre as estrelas-de-pena antárticas levaram os cientistas a identificar que o gênero Promachocrinus na verdade inclui oito espécies, sendo seis com 20 braços e duas com 10. Isso significa que o gênero foi drasticamente ampliado, e várias descobertas anteriores que haviam sido classificadas erroneamente como P. kerguelensis estão sendo “ressuscitadas” e reconhecidas como espécies distintas.
- Entendimento da Biodiversidade Antártica: A revelação dessa nova diversidade sublinha o quão pouco ainda se sabe sobre as profundezas do Oceano Antártico e a riqueza de suas ecossistemas. A Antártida, com suas condições extremas, continua a ser uma fonte de descobertas surpreendentes, e encontrar tantas espécies novas em um gênero que se pensava ser simples destaca a importância de continuar a exploração e a pesquisa nessa região.
- Avanços na Taxonomia por DNA: A identificação dessas novas espécies foi possível não apenas pela análise morfológica (aparência física), mas crucialmente pela análise de DNA. Isso reforça a importância das técnicas genéticas para resolver ambiguidades taxonômicas e desvendar a verdadeira diversidade de grupos de organismos, especialmente em ambientes remotos e de difícil acesso.
- Adaptação a Ambientes Extremos: O estudo dessas novas espécies de Promachocrinus oferece insights valiosos sobre como os organismos marinhos se adaptam a condições ambientas extremas, como as baixas temperaturas e a ausência de luz solar nas profundezas do Oceano Antártico (de 65 a 3.840 pés de profundidade).
Quais as características distintivas da criatura?
A Promachocrinus fragarius é notável não apenas por sua coloração, mas também por sua estrutura corporal única. Com 20 braços que exibem uma gama de cores que vão do arroxeado ao vermelho escuro, essa espécie habita profundidades que variam de 65 a 1.100 metros. Essas características fazem dela um exemplo fascinante de adaptação ao ambiente antártico.
- Corpo em formato de morango: A característica mais marcante, que lhe rendeu o nome popular, é a forma do seu corpo central, que se assemelha a um morango. Essa aparência é acentuada pelas protuberâncias circulares onde os “cílios” (tentáculos usados para se ancorar) foram removidos.
- 20 braços: Diferente de muitas estrelas-do-mar e outras criaturas marinhas que possuem cinco ou múltiplos de cinco braços, a Promachocrinus fragarius se destaca por ter um impressionante número de 20 braços. Esses braços são longos, emplumados e macios, e são usados para alimentação (filtração) e locomoção.
- Dois tipos de apêndices: A criatura possui braços inferiores mais curtos, com uma textura listrada e irregular, e braços superiores mais longos, que são emplumados e macios.
- Coloração: Pode apresentar uma gama de cores que varia de tons arroxeados a avermelhados escuros.
- Filtradora: Como outros crinoides, a Promachocrinus fragarius é uma filtradora, utilizando seus braços emplumados para capturar pequenas partículas de alimento da água.
Quais as contribuições do estudo para a ciência marinha?

O estudo das novas espécies de Promachocrinus oferece insights valiosos sobre a evolução e adaptação de organismos marinhos em ambientes extremos. Essas descobertas destacam o quanto ainda há para ser explorado nos oceanos do mundo, incentivando pesquisas futuras que possam revelar ainda mais sobre a biodiversidade marinha.
A pesquisa contínua na Antártida é essencial para desvendar os mistérios da vida marinha e suas interações com o ambiente. Com o avanço das tecnologias de pesquisa, espera-se que mais segredos do fundo do mar sejam revelados, contribuindo para a conservação desses ecossistemas únicos. A exploração em larga escala é vital para garantir a preservação da biodiversidade antártica para as gerações futuras.
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