Em uma operação conjunta entre a Polícia Federal do Brasil e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen da Bolívia, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi capturado em Santa Cruz de la Sierra. Tuta, considerado o sucessor de Marcola no comando do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi detido enquanto tentava renovar documentos falsos, apresentando-se como Maycon Gonçalves da Silva.
A detenção ocorreu após um alerta no sistema internacional de estrangeiros, que indicou que Tuta era procurado pela Interpol. Ele permanece sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando procedimentos legais que podem levar à sua extradição para o Brasil. A captura de Tuta representa um golpe significativo na estrutura de liderança do PCC, uma das organizações criminosas mais influentes do Brasil.
Quem era esse chefe do PCC?
Tuta já foi condenado em primeira instância por organização criminosa, com uma pena de 12 anos e seis meses de prisão. Ele também enfrenta acusações de lavagem de dinheiro. Após a remoção de Marcola para o sistema penitenciário federal em 2019, Tuta foi nomeado como o novo líder do PCC, tanto dentro quanto fora dos presídios.
O promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há décadas, destacou que Tuta, apesar de ser um “velho conhecido” das autoridades, atingiu um novo patamar de influência em liberdade. Ele foi identificado como parte da cúpula do PCC, conhecida como Sintonia Final da Rua, e tinha contatos internacionais que facilitavam suas operações.

Isso vai enfraquecer o PCC?
Em 2020, o Ministério Público de São Paulo revelou a nova estrutura de liderança do PCC, que incluía 21 suspeitos, entre eles Tuta. A facção expandiu suas operações para além das fronteiras brasileiras, com membros identificados na Bolívia, Paraguai e até na África. A nova cúpula foi responsável por coordenar atividades criminosas fora dos presídios, descentralizando o comando que antes era exercido de dentro das prisões.
Além de Tuta, outros 20 nomes foram identificados como parte da liderança do PCC, incluindo um braço financeiro responsável por administrar os lucros do tráfico de drogas. Entre os membros desse braço financeiro está Carla Luy Riciotti Lima, que, junto com outros, gerenciava as finanças da organização.
O que o PCC faz na Bolívia?
Deflagrada em fevereiro de 2020, a Operação Sharks teve como objetivo desmantelar a nova cúpula do PCC. A operação resultou na emissão de 12 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão, envolvendo mais de 250 policiais militares e oito promotores. Durante as buscas, foram encontrados mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo e explosivos.
A operação também revelou um esquema de lavagem de dinheiro por meio de dólar-cabo, uma operação informal de câmbio. As investigações indicaram que a facção movimentava cerca de R$ 100 milhões por ano, com lucros provenientes principalmente do tráfico de drogas. Para ocultar esses valores, os investigados compravam veículos e utilizavam fundos falsos em imóveis, além de realizar transferências por meio de doleiros.
Vão trazer ele para o Brasil?
Sim, a expectativa é que ele seja trazido para o Brasil. A captura de Tuta representa um duro golpe para o PCC, desestabilizando temporariamente sua liderança. Com a prisão de um dos principais líderes, a facção enfrenta desafios em manter suas operações coordenadas, especialmente fora dos presídios. A operação destaca a importância da cooperação internacional no combate ao crime organizado, evidenciando a capacidade das autoridades em desmantelar redes criminosas complexas.
Embora a captura de Tuta seja um passo significativo, as autoridades continuam vigilantes, cientes de que a organização pode tentar se reestruturar. A vigilância contínua e operações futuras serão essenciais para impedir que o PCC recupere sua força total.
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