Enquanto Zambelli aguarda julgamento, vítima de ameaça é condenada por difamação


Após Zambelli discutir com o jornalista Luan Araújo nas vésperas do segundo turno e persegui-lo com arma em punho, ela abriu uma ação contra ele dizendo que sofreu injúria e difamação, pois ele havia contado o ocorrido em um site. A defesa do jornalista afirmou que irá recorrer. Carla Zambelli (PL – SP)
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou o jornalista Luan Araújo a prestar serviços à comunidade por ter difamado a imagem da deputada Carla Zambelli (PL-SP), ao escrever sobre ter sido perseguido por ela, nas vésperas das eleições de 2022.
Zambelli havia discutido com Araújo, em uma rua de um bairro nobre de São Paulo, quando passou a persegui-lo com uma arma na mão ao lado de seus apoiadores (veja vídeo abaixo). O jornalista usou de sua coluna no portal Diário do Centro do Mundo para escrever sobre o ocorrido.
A deputada, que se sentiu prejudicada com o que foi escrito, moveu uma ação contra ele. A publicação no Diário foi retirada por ordem judicial.
Carla Zambelli aponta arma na rua
O juiz do TJSP Fabricio Reali Zia, afirmou que é possível verificar a intenção de Araújo de difamar a deputada ao escrever em sua coluna no Diário que: “Zambelli, que diz estar com problemas, na verdade, está na crista da onda. Continua no partido pelo qual foi eleita, segue com uma seita de doentes de extrema direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades atrás de atrocidades” .
Reali Zia apontou na decisão que foram atribuídos fatos negativos à honra de Zambelli, com o intuito de prejudicar sua reputação e imagem perante terceiros.
Ela também afirmou que sofreu injúria após o jornalista escrever que: “para mim, um homem preto, pobre e com problemas enormes, aquele dia não acabou. Ele faz questão de durar dias e mais dias até hoje. De uma forma cruel. Para ela, uma mulher branca com conexões com pessoas poderosas foi apenas mais um espaço para fazer o picadeiro clássico de uma extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”. Porém, o juiz absolveu Araújo desta parte.
O g1 entrou em contato o advogado Renan Bohus, que defende Araújo, e ele afirmou que discorda da sentença proferida pelo Tribunal e que pretende recorrer. Ele também declarou que vai apresentar na próxima semana um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) por violação à liberdade de imprensa.
“A defesa do Luan discorda da sentença condenatória, pois Luan jamais teve a intenção de difamar a Deputada Carla Zambelli, inclusive Luan é jornalista e estava no exercício de sua profissão, usufruindo do direito constitucional a liberdade de expressão e liberdade de imprensa quando fez críticas ao seguimento político em que a deputada faz parte”.
Julgamento contra Zambelli
A deputada também responde por ter perseguido o jornalista com a arma. Porém, diferentemente de Araújo, seu julgamento ainda está em curso.
Como o blog mostrou, a parlamentar arrolou colegas seus de partido, como Marco Feliciano (PL-SP), Mário Frias (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Gustavo Gayer (PL-GO) e Marcos Pollon (PL-MS). Feliciano, por exemplo, depõe no dia 26 de junho, às 15h30.
Gilmar marcou as audiências após a PGR (Procuradoria Geral da República) negar a possibilidade de fechar um acordo de não persecução criminal. Zambelli pediu para o Ministério Público ser ouvido antes de o ministro dar andamento ao processo.
A PGR pediu em janeiro de 2023 que o STF condenasse a deputada a uma multa de R$ 100 mil por danos morais coletivos, além da decretação da pena de perdimento da arma de fogo utilizada no crime, bem como o cancelamento definitivo do porte de arma.
Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) também tornou a deputada ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.