Um dos principais conflitos empresariais brasileiros deve se encerrar até o fim desta semana: a disputa entre o grupo brasileiro J&F – pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista – e a canadense Paper Excellence pelo controle da Eldorado Brasil Celulose. A informação foi divulgada pela coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pelo JOTA.
O acordo prevê a compra por parte da J&F de 49% da empresa que pertence à Paper por um valor aproximado de US$ 2,7 bilhões. As duas companhias não estão se manifestando sobre o assunto.
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Em 2017, a J&F vendeu a sua parte na Eldorado para a canadense Paper, cujo proprietário é o indonésio Jackson Wijaya. O valor total da transação foi de R$ 15 bilhões.
Por conta de obstáculos à execução do contrato, a questão foi submetida à arbitragem, que deu ganho de causa para a empresa canadense, e determinou a transferência das ações.
A J&F apresentou ação anulatória na Justiça do Estado de São Paulo. O pedido foi julgado improcedente, e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o andamento desse processo. Assim, a empresa continuou sob o controle dos irmãos Batista.
Ao mesmo tempo, o ex-prefeito de Chapecó Luciano Buligon apresentou uma ação popular contra o negócio afirmando que a transferência das ações colocava em risco a soberania nacional porque a Eldorado possui terras em Santa Catarina, portanto, a aquisição seria ilegal por conta da Lei de Terras, de 1971, objeto de ação no STF, que restringe a aquisição de terras rurais a estrangeiros. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) acolheu ao pedido e suspendeu a execução da decisão arbitral. A Paper então se insurgiu contra a decisão do tribunal e recorreu ao STF.
No Supremo, o ministro Nunes Marques negou recurso contra a decisão do TRF4 que proibiu a transferência do controle da empresa de celulose Eldorado do grupo J&F Investimentos para a Paper Excellence. Portanto, o controle acionário da empresa permaneceu com a J&F, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O ministro tentou uma conciliação que não prosperou.
A Paper também tentou, em janeiro de 2025, em Paris, na França, uma nova arbitragem contra a J&F na disputa envolvendo o controle da Eldorado Celulose no Brasil, que também não prosperou.
