O diretor executivo da Confederação Nacional de Saúde, Bruno Sobral, foi confirmado nesta terça-feira (6/5) para a diretoria executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). O anúncio foi feito pela própria entidade, mas a informação foi antecipada aos assinantes JOTA PRO Saúde, serviço voltado para grandes empresas do setor, na última sexta-feira (2/5). Sobral passará a ocupar o posto que por seis anos foi liderado pela advogada e engenheira Vera Valente. A mudança, um reflexo da chegada da CEO da SulAmérica Saúde, Raquel Reis, para a presidência da federação, pode trazer impactos importantes no setor de saúde suplementar, num momento em que uma sucessão de alterações na política vem se desenhando.
Na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por exemplo, há três discussões que podem alterar de forma profunda o mercado: a criação de um ambiente regulatório experimental para planos de menor cobertura, a mudança nas regras da política de preços de planos e uma promessa de regulação de cartões de desconto.
Esta notícia foi antecipada na newsletter ‘Bastidores da Saúde’ no dia 2/5. Com notícias da Anvisa e da ANS, o JOTA PRO Saúde entrega previsibilidade e transparência para empresas do setor. Conheça!
Para completar, os debates ocorrem enquanto o país aguarda a chegada de um novo presidente para a agência.
Toda essa movimentação provoca reações distintas entre integrantes do setor. A percepção é a de que, nos últimos anos, as divergências relacionadas a pontos importantes para este mercado, que atualmente tem 52 milhões de beneficiários, aumentou. Há quem não hesite em usar a expressão “racha” para se referir ao estado atual do setor.
Uma das divergências está na própria indicação do nome para presidência da ANS. Em dezembro, o presidente Lula enviou ao Senado o nome do advogado Wadih Damous, que hoje está à frente da Secretaria Nacional do Consumidor.
Próximo de Lula, o nome foi aceito por empresários de peso do setor, mas está longe de ser uma unanimidade. Mesmo sem haver sinais de que o nome pode ser substituído, a indicação vem sendo bombardeada por uma parcela de empresas — justamente pelo receio de que o nome poderia, de alguma forma, representar aumento de influência de parte das companhias.
As divergências se repetem na discussão sobre planos de menor cobertura. Empresas de grande relevância no mercado, e que hoje estão confortáveis com os produtos existentes, não enxergam benefícios numa proposta como esta que, pelos cálculos do diretor da ANS, Alexandre Fioranelli e relator do tema, pode atrair para o mercado um público de 10 milhões.
Entre empresas que não enxergam atrativos nestas propostas estão aquelas que têm rede própria de assistência ou, ainda, quem já coloca no mercado produtos que concorrem com o mercado de cartões de desconto.
A chegada de Sobral neste ambiente de maior turbulência pode ajudar a reduzir arestas. Habilidoso, Sobral tem profundo conhecimento da dinâmica na ANS e um perfil conciliador, essencial para superar algumas feridas que foram abertas ao longo dos últimos anos.
Como vem de uma entidade ligada a estabelecimentos prestadores, a percepção é de que haverá uma boa possibilidade de se buscar consensos.
Raquel Reis tomou posse semana passada. Sobral deve aguardar umas semanas antes de assumir as atividades na FenaSaúde.