Nos últimos anos, a audiência da TV aberta no Brasil tem passado por transformações significativas. A TV Globo, que já foi sinônimo de monopólio no setor, está enfrentando novos desafios com a ascensão das plataformas de streaming e a diversificação dos meios de consumo de conteúdo. A mudança no comportamento do público reflete uma nova era na teledramaturgia, onde o acesso a múltiplas plataformas redefine o conceito de audiência.
Historicamente, a TV Globo dominou o cenário televisivo brasileiro, especialmente durante as décadas de 70 a 2000. No entanto, com a chegada da quarta revolução industrial e a proliferação de novas tecnologias, o consumo de mídia se tornou mais fragmentado. Hoje, a audiência é distribuída entre várias plataformas, e o streaming se estabeleceu como uma força poderosa no mercado.
Como o streaming impactou a audiência da TV Globo?
A introdução do streaming revolucionou a forma como o público consome conteúdo. Plataformas como Globoplay, Netflix e Amazon Prime Video oferecem aos espectadores a flexibilidade de assistir a programas e novelas a qualquer momento. Isso contrasta com o modelo tradicional de transmissão ao vivo, onde o público precisava estar presente em horários específicos para acompanhar suas novelas favoritas.
Essa mudança no comportamento do consumidor é evidente nas audiências das novelas da TV Globo. Remakes de sucessos passados, como “Vale Tudo”, estão registrando médias de audiência significativamente menores em comparação com os picos históricos. A possibilidade de acessar conteúdos antigos a qualquer momento reduz a necessidade de assistir a reprises na TV aberta.

Redução da Audiência da TV Aberta:
- Migração de telespectadores: Uma parcela considerável do público, especialmente os mais jovens, tem migrado para as plataformas de streaming em busca de conteúdo sob demanda, flexibilidade de horários e uma variedade maior de opções.
- Queda gradual: A audiência média diária da Globo na TV aberta tem apresentado uma queda constante ao longo dos anos, refletindo essa mudança de hábitos.
- Concorrência acirrada: O streaming introduziu uma concorrência intensa, com plataformas como Netflix, YouTube, Amazon Prime Video e Disney+ disputando a atenção dos telespectadores.
Impacto Demográfico:
- Envelhecimento da audiência: A audiência que permanece na TV Globo tende a ser mais velha, enquanto os jovens preferem o streaming.
- Mudanças socioeconômicas: Há indícios de que a audiência da TV Globo tem se concentrado mais nas classes socioeconômicas mais baixas.
Resposta da Globo:
- Investimento no Globoplay: A Globo lançou sua própria plataforma de streaming, o Globoplay, que tem apresentado crescimento constante em número de assinantes e audiência, buscando reter e atrair o público para o seu ecossistema digital.
- Produção de conteúdo para streaming: A emissora tem investido na produção de conteúdo original e exclusivo para o Globoplay, visando atrair e fidelizar assinantes.
- Integração de mídias: A Globo busca integrar sua programação da TV aberta com o conteúdo do Globoplay, oferecendo experiências complementares para o telespectador.
Dados e Estatísticas:
- Em dezembro de 2024, o streaming representava uma parcela significativa da audiência total de vídeo no Brasil.
- O YouTube tem se destacado como uma das maiores plataformas de vídeo, representando uma forte concorrência para a TV aberta.
- O Globoplay tem apresentado crescimento de audiência, mas ainda se mantém distante dos líderes de mercado como a Netflix.
Qual o futuro da teledramaturgia brasileira?
Com a audiência tradicional em declínio, a TV Globo e outras emissoras estão explorando novas estratégias para se manterem relevantes. A colaboração entre autores consagrados e novos talentos é uma dessas abordagens. Por exemplo, a novela “Beleza Fatal” destacou-se ao unir a experiência de Silvio de Abreu com a inovação de Raphael Montes, criando uma narrativa que atraiu tanto o público tradicional quanto novos espectadores.
Além disso, a indústria brasileira está buscando expandir seu alcance internacionalmente. No entanto, enfrenta a concorrência de produções turcas e doramas, que têm ganhado popularidade global. Para competir, as produções nacionais precisam inovar e oferecer conteúdos que ressoem com audiências diversificadas.
Por que os remakes continuam populares?
Os remakes de novelas clássicas continuam a ser uma estratégia comum, apesar das audiências menores. Eles oferecem uma oportunidade de reviver histórias amadas e introduzi-las a novas gerações. No entanto, essa abordagem tem suas limitações, especialmente quando o público já tem acesso fácil às versões originais através de serviços de streaming.
Para que os remakes sejam bem-sucedidos, é crucial que tragam algo novo à mesa, seja através de atualizações na narrativa ou na produção. A indústria precisa equilibrar a nostalgia com a inovação para capturar a atenção de um público cada vez mais disperso.
As novas tecnologias estão desempenhando um papel vital na evolução da teledramaturgia. A interatividade e a personalização oferecidas pelas plataformas digitais estão redefinindo a experiência do espectador. Além disso, as redes sociais e aplicativos como TikTok estão se tornando canais importantes para a promoção e discussão de novelas, ampliando o alcance e engajamento do público.
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