O presidente da Telebras, Francisco de Siqueira Filho, é o “nome técnico” que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sugerirá ao presidente Lula para ocupar o Ministério das Comunicações, segundo fontes do governo ouvidas pelo JOTA.
O movimento ocorre após o recuo do deputado Pedro Lucas (MA), líder do União Brasil na Câmara, que desistiu de assumir a pasta após encontrar resistências dentro da bancada do partido. Depois do episódio, o Planalto desistiu de negociar com o União Brasil da Câmara e passou a tratar do tema diretamente com Alcolumbre.
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A expectativa é que Lula e Alcolumbre se encontrem ainda hoje para discutir o nome do sucessor de Juscelino Filho, demitido após ser alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República por suposto desvio de verbas de emendas parlamentares.
Promete e entrega
Apóso recuo de Pedro Lucas, ficou fortalecida a posição de Alcolumbre como interlocutor do partido junto ao governo. Nas palavras de um interlocutor no Planalto, Alcolumbre é o “adulto na sala”. Ou seja, um líder com força suficiente para entregar o que promete ao governo, diferentemente de Antônio Rueda, presidente da legenda.
Rueda foi um dos articuladores da indicação de Pedro Lucas, líder da bancada do partido na Câmara. O anúncio de seu nome, feito pela ministra Gleisi Hoffmann após reunião com Lula no Palácio da Alvorada, aconteceu com base na crença de que Pedro Lucas seria capaz de unir a fragmentada legenda em torno de seu nome. Nesse contexto, além de indicar um ministro, Rueda manteria um apadrinhado na liderança da legenda. Mas a sinalização de parlamentares de que isso não seria possível forçou Pedro Lucas a recuar, expondo o presidente ao vexame de ter um convite para compor seu ministério formalmente recusado.
Na visão de auxiliares de Lula, houve afobação de todas as partes no anúncio, tanto de Gleisi, como de Pedro Lucas e Rueda. Além disso, acreditam, uma reviravolta como essa jamais aconteceria em uma negociação conduzida por Alcolumbre.
O episódio irritou o governo, mas não tirará do União Brasil a prerrogativa de ocupar a pasta. Lula prosseguirá com a estratégia de costurar alianças para 2026 e, quando isso não for possível, evitar que partidos da base se aliem a uma candidatura opositora na eleição presidencial.