Turismo inclusivo e sustentável se fortalece com atuação em rede

Durante a WTM Latin America, representantes dos 12 municípios que integram o Programa Turismo Futuro Brasil participaram de um encontro nesta terça-feira (15) que marcou um passo rumo ao fortalecimento e consolidação da estratégia de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) no Brasil. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Sebrae e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio técnico da GKS Inteligência Territorial.

O objetivo do programa é apoiar municípios na estruturação de instrumentos de planejamento e implementação de ações-chave que tornem o turismo mais sustentável, inclusivo, acessível e eficiente tanto para visitantes, quanto para moradores. A metodologia desenvolvida no programa considera dimensões como governança, inteligência, inovação, sustentabilidade, experiência, acessibilidade, marketing e segurança.

Participam do programa os municípios de Pirenópolis (GO), Bonito (MS), Penedo (AL), São Luís (MA), Recife (PE), Belém (PA), Novo Airão (AM), Curitiba (PR), Bombinhas (SC), Belo Horizonte (MG), Ilhabela (SP) e Paraty (RJ). Ao longo dos últimos dois anos, essas cidades passaram por diagnósticos de maturidade, receberam consultorias especializadas e implementaram ações concretas de transformação.

É uma jornada de evolução. Queremos que esses municípios estejam mais preparados para atender não apenas aos turistas, mas também à população local, com soluções inteligentes e sustentáveis.

Mariana Cavalcante, analista de Competitividade no Turismo do Sebrae Nacional.

Para Juliana Bettini, especialista em turismo do BID, o momento simbolizou a consolidação de um trabalho que começa a ganhar forma com a implementação de ações concretas nas cidades. O apoio técnico e financeiro oferecido ao longo da jornada tem se traduzido em avanços locais e, principalmente, em uma rede de trocas e aprendizados entre os destinos.

“A gente tinha muitas expectativas porque esse encontro, de alguma forma, tangibiliza o apoio que demos ao longo do programa. Os municípios construíram suas jornadas, identificaram ações prioritárias e agora estão colocando a mão na massa. Ver isso acontecendo de fato é muito importante experiências entre si. ”

O programa está próximo da fase de reavaliação, prevista para maio, que permitirá mensurar os avanços obtidos em cada cidade.

Foto: Túlio Vidal.

Vamos comparar os diagnósticos iniciais com os resultados atuais. Isso nos mostrará o quanto cada um evoluiu em suas dimensões prioritárias, informou Cássio Garkalns, da GKS.

Desafios e aprendizados

Durante o encontro, os representantes compartilharam as realidades e desafios locais. Luiz Gustavo Oliveira, secretário de Turismo de Ilhabela (SP), destacou a importância da preservação ambiental e o uso de sensores no terminal da balsa para monitorar o fluxo turístico. Por sua vez, Jair Galvão, secretário de Turismo de Penedo (AL), falou sobre a dificuldade inicial de mensurar indicadores e da importância do programa para descobrir em quais ações vale a pena investir mais.

Laise Costa, representante de Paraty (RJ), destacou o desafio do ordenamento turístico do centro histórico da cidade e a necessidade de aprimorar experiências culturais. Foto: Túlio Vidal.

Em Novo Airão (AM), cidade com 11 unidades de conservação e forte tradição artesanal, a abordagem integrada entre capacitação de comunidades indígenas e investimentos em infraestrutura já colhe bons frutos. O município se destacou ainda como o primeiro da Região Norte a ser certificado como destino de turismo de aventura.

O secretário de Turismo de São Luís (MA), Saulo Santos, destacou os desafios enfrentados na mobilização da sociedade e do setor produtivo em torno das transformações propostas pela iniciativa. Para ele, a participação ativa de todos os envolvidos é fundamental para que as melhorias implementadas se tornem permanentes e sustentáveis.

O que é ser um DTI?

No Brasil, ainda não há nenhum município oficialmente reconhecido como Destino Turístico Inteligente – essa chancela será feita pelo Ministério do Turismo, após a publicação da norma brasileira de DTI, atualmente em discussão. No entanto, o manual elaborado pelo Ministério, inspirado em referências internacionais, já orienta os municípios que desejam trilhar esse caminho.

O Programa Turismo Futuro Brasil prepara as cidades para esse reconhecimento futuro, ajudando a incorporar práticas inovadoras e estruturadas de governança local, planejamento estratégico e melhoria contínua da experiência turística.

“Mais do que atender bem ao turista, ser um DTI é melhorar a vida de quem vive ali. É um movimento transformador e às vezes a gente precisa ser meio louco para ver a transformação acontecer”, avalia Ana Clévia Guerreiro, coordenadora de comércio, serviços e economias de futuro do Sebrae Nacional.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.