Nos últimos anos, o termo bed rotting tem ganhado destaque nas redes sociais, especialmente a tendência entre os jovens. A expressão, que pode ser traduzida como “apodrecer na cama”, descreve o ato de passar longos períodos deitado, muitas vezes usando o celular, sem se envolver em atividades produtivas. Este comportamento é visto por alguns como uma forma de resistência à rotina acelerada da vida moderna, enquanto outros o interpretam como uma forma de autocuidado.
Embora o bed rotting possa parecer um descanso necessário, especialistas alertam que ele pode estar mais associado à procrastinação e à autossabotagem do que a um verdadeiro alívio do estresse. A prática, que inicialmente pode ser vista como um escape, pode, na verdade, intensificar sentimentos de ansiedade e culpa, prejudicando a saúde mental e a produtividade.
Quais são os riscos associados pela tendência Bed Rotting?
Um dos principais riscos do bed rotting é o uso excessivo de dispositivos eletrônicos. A luz emitida pelas telas pode interferir no ciclo do sono, agravando problemas de insônia e aumentando a dependência digital. Além disso, a combinação de inatividade física e exposição prolongada à tecnologia pode levar ao isolamento social e, em casos mais graves, a problemas de saúde mental.
Especialistas como o psiquiatra Bruno Pascale Cammarota destacam que essa prática pode ser um reflexo de procrastinação, onde o indivíduo reconhece a necessidade de realizar tarefas, mas opta por não fazê-las. Essa escolha pode criar um ciclo vicioso de inatividade e sentimentos negativos, dificultando a retomada de uma rotina saudável.

Como evitar os efeitos negativos da tendência?
Para evitar os efeitos prejudiciais do bed rotting, é essencial distinguir entre momentos de descanso legítimo e atitudes de evitação. Manter uma rotina estruturada, praticar exercícios físicos e buscar exposição ao sol são hábitos que podem ajudar a melhorar o bem-estar geral. Além disso, estabelecer metas realistas e evitar o perfeccionismo são estratégias eficazes para aumentar a produtividade.
Reduzir o tempo de uso de dispositivos eletrônicos e organizar o ambiente ao redor também são passos importantes. Cercar-se de pessoas proativas e buscar apoio psicológico, quando necessário, pode facilitar a superação do ciclo de procrastinação e promover um engajamento mais saudável com a vida cotidiana.
O Bed Rotting pode ser considerado autocuidado?
Embora alguns vejam o bed rotting como uma forma de autocuidado, é crucial avaliar se essa prática realmente contribui para o bem-estar. O psiquiatra José Brasileiro sugere que é importante entender se o comportamento está relacionado a um transtorno mental ou a fatores temporários. Essa compreensão pode orientar a escolha entre psicoterapia, uso de medicamentos ou mudanças no estilo de vida.
Em última análise, o bed rotting deve ser abordado com cautela. Reconhecer os próprios limites e buscar equilíbrio entre descanso e atividade é fundamental para garantir que o tempo de repouso não se transforme em um hábito prejudicial. A chave está em encontrar formas saudáveis de lidar com o estresse e a pressão do dia a dia, promovendo um estilo de vida mais equilibrado e satisfatório.
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