O ensino domiciliar, conhecido como homeschooling, tem sido um tema de intenso debate no Brasil. Em 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou a inconstitucionalidade de uma lei do Distrito Federal que permitia essa modalidade de ensino. A decisão destaca que apenas uma legislação federal pode regulamentar o ensino domiciliar, uma vez que compete à União legislar sobre diretrizes e bases da educação.
O Distrito Federal foi pioneiro ao tentar implementar normas específicas para o homeschooling em 2020. No entanto, a tentativa foi barrada pela decisão do STF, que se baseou em um julgamento anterior de 2018. Este julgamento determinou que qualquer iniciativa local ou estadual sobre o tema seria inconstitucional sem uma lei federal específica.
Quais são os requisitos para o ensino domiciliar?

O projeto de lei do Distrito Federal, que foi considerado inconstitucional, estabelecia uma série de requisitos para os pais que desejassem adotar o ensino domiciliar. Entre eles, estava a necessidade de cadastro junto à Secretaria de Educação e a comprovação de capacidade para transmitir conhecimentos. Além disso, profissionais como assistentes sociais, pedagogos e psicólogos deveriam acompanhar o desenvolvimento dos estudantes.
Para formalizar a escolha pelo homeschooling, os responsáveis precisariam apresentar documentos como comprovação de escolaridade de nível superior e certidões criminais. Também seriam exigidos relatórios trimestrais das atividades pedagógicas e avaliações anuais de aprendizagem. Essas medidas visavam garantir que o ensino domiciliar atendesse a padrões mínimos de qualidade.
Por que o ensino domiciliar é um tema controverso?
A controvérsia em torno do homeschooling no Brasil está relacionada a várias questões. Primeiramente, há preocupações sobre a socialização das crianças, que podem perder a interação diária com colegas de escola. Além disso, a qualidade do ensino domiciliar pode variar significativamente, dependendo dos recursos e da capacidade dos pais ou responsáveis.
Outro ponto de debate é a fiscalização. Garantir que todas as famílias cumpram os requisitos e que os estudantes recebam uma educação adequada pode ser um desafio logístico e administrativo. Sem uma estrutura clara e regulamentada, há o risco de que algumas crianças não recebam a educação a que têm direito.
Qual é o futuro do ensino domiciliar no Brasil?
O futuro do homeschooling no Brasil depende de uma legislação federal que estabeleça diretrizes claras e abrangentes. O Congresso Nacional é o órgão responsável por criar uma lei que possa regular essa modalidade de ensino de forma eficaz. Até que isso aconteça, o ensino domiciliar continuará a ser um tema de debate e incerteza.
Em suma, enquanto o homeschooling oferece uma alternativa educacional que pode ser atraente para algumas famílias, sua implementação no Brasil enfrenta desafios significativos. A necessidade de uma regulamentação federal é clara, e qualquer avanço nesse sentido exigirá um equilíbrio cuidadoso entre liberdade educacional e garantia de qualidade e equidade no ensino.
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