Tecnologia garante a segurança e serviço de motoapp ganha protagonismo

A tecnologia tem sido um grande aliado na mobilidade urbana, em especial no transporte por motocicletas, que está em franco crescimento no Brasil. No centro das conversas estão os serviços de motoapp, responsáveis pela intermediação entre passageiros e motociclistas para transporte individual. 

Essas empresas podem atuar desde 2018, com autorização da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) para o transporte individual privado de passageiros por meio de aplicativos — tanto para carros quanto para motos. Atualmente, esse tipo de serviço está em execução em mais de 3.300 municípios do país, incluindo também toda a Região Metropolitana de São Paulo — exceto a capital paulista. 

“A mobilidade é, antes de tudo, liberdade. Quando alguém consegue se deslocar com segurança, ela ganha acesso à cidade inteira, amplia seu horizonte econômico e social”, disse Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. 

Um dos chamarizes para os passageiros está relacionado ao custo-benefício associado ao modal, seja no que tange à mobilidade urbana ou às vantagens financeiras. Dados da 99 apontam que duas a cada três viagens acontecem em áreas de baixa renda, sendo mais de 30% com início ou fim a 100 metros de uma estação ou terminal de ônibus, metrô ou trem.

“Quem tem maior poder financeiro, compra carro; quem tem menos, compra moto. Nessa mesma lógica, quem tem mais dinheiro, pede carro por aplicativo; quem tem menos, pede a motocicleta. Em face do estado da mobilidade urbana em São Paulo, serviços como o de motoapp são a alternativa”, explicou Sergio Ejzenberg, engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

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Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Locomotiva, 96% das mulheres de baixa renda têm medo de sofrer violências, como assédio sexual e assaltos, durante o deslocamento pela cidade. O mesmo levantamento aponta que cerca de 70% dessas mulheres acreditam que o transporte em moto por meio de aplicativo se apresenta como uma alternativa mais segura quando comparada ao caminhar pelas ruas. 

Segundo a 99, mais de 58% dos passageiros que utilizaram a 99Moto nos 14 dias de funcionamento na cidade de São Paulo eram mulheres. Entre os 10 lugares que mais utilizaram o modal estão os bairros da periferia, dentre eles Tucuruvi, Guaianases, Capão Redondo e Jabaquara. São bairros afastados dos centros ou das grandes vias, que realizavam exatamente essas corridas que conectam as pessoas às estações de transporte público de uma forma mais rápida e segura.

Para a proteção de usuários e motoristas, o 99Moto detém 50 funcionalidades de segurança no serviço, como o alerta de velocidade com avisos visuais e sonoros, um monitoramento em tempo real das corridas, botão de emergência e uma central emergencial disponível 24 horas por dia. 

Os condutores têm de seguir regras de segurança e de comportamento, mediante sanções – como bloqueios temporários ou permanentes – caso não cumpram com tais premissas. No processo de cadastro, todos os motoristas têm antecedentes criminais verificados, sendo realizada a checagem contínua de novos registros criminais. Para este serviço, a 99 também usa ferramentas como a inteligência artificial para identificar dados e padrões de comportamentos que possam representar risco. 

“A moto por aplicativo reduz o tempo de espera e exposição ao perigo, e o simples fato de ter um motorista cadastrado e a viagem monitorada dá uma sensação real e concreta de segurança. É como quando você escolhe atravessar uma rua movimentada, cheia de pessoas, em vez de uma viela vazia. A moto por aplicativo dá essa sensação: de que você não está sozinha no escuro”, complementou Meirelles. 

Motoapp e a segurança viária

Por volta de 44% dos brasileiros consideram a mobilidade urbana como o principal desafio das cidades do país, segundo dados do programa ONU-Habitat, da Organização das Nações Unidas. O relatório pontua, ainda, que 64,8% dos moradores do estado de São Paulo acreditam que o tempo de espera no transporte público é inadequado. 

Nesse cenário, esses veículos se evidenciam pela sua agilidade em meio ao tráfego de grandes centros urbanos – sem infringir, no entanto, as leis de trânsito. Estima-se que o tempo gasto no trânsito possa ser reduzido em até 41%. 

A motocicleta realiza o percurso em um tempo menor. Não porque está correndo, acima do limite permitido, mas por ser ágil em comparação ao carro”, pontuou o mestre em Engenharia de Transportes. 

Em dois anos de operação do 99Moto foram realizadas mais de 1 bilhão de corridas intermediadas pelo aplicativo. Segundo a empresa, apenas 0,0003% das corridas registraram acidentes nesse período. 

“Identificamos a experiência do motociclista e a velocidade determinantes para o risco nas vias. Por isso, nossos motoristas têm, em média, 34 anos e são experientes Ainda possibilitamos uma série de materiais instrutivos e cursos para trazer orientações para eles e os passageiros. A segurança é inegociável”, relatou Bruno Rossini, diretor de Comunicação da 99.

Alerta de velocidade, governança contra direção perigosa e monitoramento em tempo real das corridas são outras estratégias adotadas pela marca para aumentar a segurança viária do serviço de motoapp. Quando o motorista ultrapassa o limite de velocidade, alertas visuais e auditivos são emitidos para o motorista, de forma a emitir sinais para que trafegue com velocidade adequada. 

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Para efetuar o cadastro no serviço, todos os condutores de motocicletas devem possuir habilitação em vigência. Segundo a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), 2,3% – 800 mil motoristas, no total – da frota dos 34,2 milhões de motocicletas no Brasil são motociclistas parceiros dos principais aplicativos de transporte do país.

De acordo com o executivo, a 99 assegura todas as corridas, de forma que tanto os passageiros quanto os motoristas têm seguro a partir do momento que a corrida começa. Esse seguro oferece desde incidentes pequenos até acompanhamento psicológico e instrução jurídica. “Mesmo quando a tecnologia e o comportamento dos nossos motociclistas são impactados pelo trânsito da cidade, são assegurados e cobertos em todas as corridas. A 99 se responsabiliza por todos os passageiros e motoristas, garantindo segurança e respaldo do início ao fim da viagem”, ressalta. 

Importância da regulamentação

Para Ejzenberg, para aumentar a efetividade e segurança do serviço de motoapp, é necessário regulamentá-lo: “A partir de uma regulamentação, é possível executar esse serviço da maneira mais segura possível, de forma a possibilitar uma fiscalização.”

“Esses aplicativos podem estabelecer um acordo com as prefeituras, de forma a integrar esse modal ao transporte coletivo, de forma a incentivar a integração com o sistema público de transporte e, assim, melhorar a mobilidade urbana da cidade”, sugeriu. 

Do ponto de vista de Meirelles, do Instituto Locomotiva, o serviço reflete na forma como as pessoas vivenciam sua cidade: “A moto por app encurta distâncias e reduz custos para as populações vulneráveis, permitindo que uma mãe da periferia chegue ao emprego mais rapidamente, que uma estudante vá à faculdade sem tanto medo, que a cidade se torne, de fato, para todos”.

“Mobilidade não é só sobre transporte, é sobre oportunidades, dignidade e autonomia para quem mais precisa”, analisou Meirelles. 

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