Motta: Anistia será tratada com responsabilidade para não agravar crise institucional

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (7/4) que “definitivamente” não embarcará na discussão sobre o PL da Anistia aos manifestantes do 8 de janeiro de 2023, e que “não contem com esse presidente para agravar uma situação que já, do país já não é tão boa”. De acordo com o deputado, o tema será enfrentado no Congresso com “cautela” e “pés no chão”, tendo como base a sensibilidade e a responsabilidade, para que o Brasil possa sair mais forte dessa discussão, respeitando todas as manifestações. 

Antes de falar sobre o tema em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Motta destacou que ainda não havia se manifestado publicamente sobre a manifestação promovida pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no domingo (6/4) na Avenida Paulista, em São Paulo, em apoio à anistia aos condenados aos ataques antidemocráticos aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Nas manifestações deste domingo, os bolsonaristas pressionaram o parlamentar a pautar o projeto de lei.

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Motta disse ser um “amante da democracia” e defendeu que toda e qualquer manifestação é válida para defender qualquer pauta dentro do Congresso Nacional. Entretanto, afirmou que “não cabe ao presidente ser sensor de pauta” e que cada partido defende aquilo que entende ser importante. Além disso, destacou que “não há um tema mais ou menos importante, mais ou menos relevante, que a casa não tenha que se debruçar e enfrentar, se atrasar por um partido político”.

Assim, o presidente da Casa defendeu que a melhor solução é pacificação nacional, pois não é desequilibrando o país ou aumentando a crise que o problema será resolvido. “Não é distanciando as instituições que nós vamos encontrar a saída para esse momento delicado e difícil que o Brasil enfrenta”, disse Motta.

Então eu defendo dois pontos para que a gente possa tentar vencer essa agenda. O primeiro é a sensibilidade para corrigir algum exagero que vem acontecendo com relação a quem não merece receber uma punição, acho que essa sensibilidade é necessária, ela toca a todos os olhos. E a responsabilidade de poder, na solução desse problema, que é acessível, que é justo, nós não aumentarmos uma crise institucional que nós já estamos vivendo”, declarou. 

Por fim, o deputado destacou que a Câmara não pode ficar como uma casa de “uma pauta só”, visto que o Brasil é “muito maior do que isso” e que existem outros inúmeros desafios a serem enfrentados. Conforme afirmou o parlamentar, a agenda da Câmara precisa ser sintonizada com o Senado, principalmente nesse assunto, além de haver a necessidade de conversar com o Executivo e o Judiciário para que uma solução de pacificação possa ser dada. 

Nós não podemos nos dar, diante de um Brasil que tem tantos desafios pela frente, esse cenário internacional, os nossos problemas internos, nos dar o luxo de achar que aumentando uma crise institucional nós vamos resolver esses problemas”, concluiu Motta. 

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