Lula, Bolsonaro ou Tarcísio? – O que as pesquisas e o jogo político indicam sobre 2026

Faltam 18 meses para as próximas eleições presidenciais. O caminho até outubro de 2026 ainda é cercado por incertezas, mas o cenário político já se desenha com movimentações de ambos os lados do espectro ideológico.

As previsões sobre o possível resultado do pleito influenciam a dinâmica entre o governo e o Congresso. É o caso da mudança de rota do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O seu ingresso no governo do presidente Lula (PT) como ministro era considerado uma cartada quase certa para evitar a perda de poder. Agora, ele indica que a futura aliança partidária PP e União Brasil deve ser sua prioridade. “Isso nasce de uma percepção de enfraquecimento da perspectiva de vitória deste governo em 2026”, afirma o analista político do JOTA, Iago Bolívar em call para assinantes corporativos do JOTA PRO Poder, realizada nesta sexta-feira (21/3).

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A call desta sexta-feira  (21/3) foi a primeira de uma série semanal conduzida pelos analistas do JOTA para analisar o que as pesquisas, a movimentação dos atores políticos e o que ocorre nos Três Poderes indicam sobre o próximo pleito. Leia os principais destaques.

O futuro de Lula

As pesquisas recentes mostram que a aprovação do governo Lula atingiu os menores índices de seus mandatos neste primeiro trimestre. O agregador de pesquisas do JOTA retrata o presidente em seu ápice de reprovação, em 53%.

Há sinais de estabilização e uma leve recuperação da popularidade do presidente. Mas o chefe do Executivo pode não recuperar o melhor momento de seu governo, no último trimestre de 2024, apesar dos esforços políticos, principalmente na área social, que incluem fazer da isenção do Imposto de Renda uma marca do terceiro governo, a exemplo do já foi o Bolsa Família. “O governo está abrindo a caixa de ferramentas e precisamos estudar um pouco melhor o impacto que isso vai ter”, avalia Daniel Marcelino, cientista de dados do JOTA.

A escolha de Tarcísio

O enfraquecimento de Lula somado à elegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fortalece o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como opção viável para 2026. Mas o ex-ministro da Infrasetrutura enfrenta dilemas estratégicos. Para concorrer à presidência, precisaria abrir mão de uma reeleição praticamente certa no estado e antecipar sua ascensão política sob uma tutela maior do bolsonarismo.

“Se o Lula se recupera e faz com que o custo da aposta do Tarcísio seja maior que a probabilidade de vitória do Tarcísio, a chance de Tarcísio ser candidato diminui”, avalia Iago Bolívar.

A ficção de Bolsonaro

Inelegível até 2030 e com chances de ser preso por envolvimento na trama golpista do 8 de Janeiro, Bolsonaro se sustenta na “ficção política e jurídica” de sua candidatura, avaliam os analistas do JOTA.

“Bolsonaro não pode politicamente dizer que não é candidato. Ele tem que dizer que é candidato”, afirma Iago Bolívar. “Bolsonaro não é presidente da República. Ele não tem controle nem sobre o partido dele, é inelegível e corre o risco de ser preso ou ter que fugir do país”, completa.

Mas estimular a competitividade de uma eventual candidatura de Bolsonaro não deve estar no radar entre seus aliados da direita. “Não interessa a muitos dos players políticos um Bolsonaro muito forte, mesmo na direita, mesmo no centrão, mesmo entre aqueles que apoiaram Bolsonaro, porque eles eles entendem que um Bolsonaro elegível e forte os torna todos coadjuvantes”, analisa Bolívar.

 

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