Eduardo Bolsonaro ‘jamais poderia estar representando o Parlamento’, diz vice-líder do governo Lula após deputado se licenciar


Indicação do parlamentar para presidir Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados era dada como certa até o anúncio, feito nesta terça-feira (19). ‘É um grande dia’, diz Lindbergh Farias, vice-líder do PT na Casa. Deputado federal Lindbergh Farias, do PT-RJ
Marina Ramos/Câmara dos Deputados
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder da Maioria na Câmara, classificou ao blog como uma “vitória” a licença pedida pelo também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), que anunciou ter decidido se mudar para os Estados Unidos.
“É uma grande vitória não ter essa figura [Eduardo Bolsonaro] à frente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, ele jamais poderia estar representando o parlamento. É um grande dia”, disse Lindbergh Farias.
A decisão anunciada por Eduardo Bolsonaro acontece dias depois de seu nome ser cogitado para comandar a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Ele era posto como favorito à vaga. No entanto, o cargo ficará com outro deputado do PL.
Lindberg, junto do deputado federal Rogério Corrêa (PT-MG), entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para a apreensão do passaporte do deputado Eduardo Bolsonaro. O documento foi enviado no dia 27 de fevereiro.
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Segundo os petistas, havia “o risco concreto” de o filho 03 do ex-presidente praticar ações relacionadas à tentativa de golpe de estado, ocorrida após a eleição presidencial de 2022 e investigada pelo Supremo.
“[Eduardo Bolsonaro] Ao utilizar-se de sua posição e influência, negocia com nação estrangeira no intuito de intervir em assuntos internos do Brasil com o objetivo de restringir ou obstruir o livre exercício das instituições democráticas, sobretudo do Supremo Tribunal Federal”, defendem Lindberg e Corrêa, no documento.
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Risco de planejar fuga de Jair Bolsonaro
Para Rogério Corrêa, a ida de Eduardo para os Estados Unidos está relacionada a agilizar uma eventual fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi denunciado pela PGR na investigação sobre a tentativa de golpe de estado.
“Não há menor dúvida de que ele [Eduardo Bolsonaro] decidiu ficar nos Estados Unidos porque estava com medo de perder o passaporte e, também, para continuar sua trama golpista. O objetivo, agora, é planejar e preparar a fuga de seu pai”, disse Rogério Corrêa.
Pedido para Jair usar tornozeleira eletrônica
Além de pedir ao STF a apreensão do passaporte de Eduardo, os dois deputados entraram com pedido na Procuradoria-geral da República (PGR) para que ela determinasse que Jair Bolsonaro usasse tornozeleira eletrônica.
Ambos argumentam que a decisão impediria que Bolsonaro se aproximasse de qualquer embaixada de outro país no Brasil e lembraram do episódio em que o ex-presidente permaneceu abrigado por dois dias (de 12 a 14 de fevereiro de 2024) na embaixada da Hungria.
“Consigna-se que, mais uma vez, o ex-presidente admitiu a possibilidade de pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil, caso tenha a prisão decretada após eventual condenação pela trama golpista de 2022”, disseram no documento.
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