Coveiro compartilha rotina em cemitério e viraliza nas redes sociais

Cemitério. Foto: Reprodução/redes sociais.

Os cemitérios, muitas vezes vistos como locais sombrios e de luto, podem revelar histórias fascinantes e uma riqueza cultural surpreendente. Em Barbacena, o cemitério da Boa Morte é um exemplo notável, onde túmulos históricos e narrativas de épocas passadas se entrelaçam, oferecendo um vislumbre de arte e história. O coveiro Paulo, com seu olhar único, compartilha essa perspectiva menos convencional através de vídeos que exploram a filosofia, teologia e reflexões sobre a vida e a morte.

Com uma abordagem que mistura humor e respeito, Paulo desafia a percepção comum dos cemitérios, destacando-os como museus a céu aberto. Ele compartilha histórias de famílias nobres, como os Andrada e Bias Fortes, e a exceção notável de Dona Leocádia, uma escrava enterrada entre nobres. Para ele, o cemitério é um “jardim da igualdade”, onde a morte nivela todas as diferenças sociais.

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Como a mídia transforma a percepção do cemitério?

Paulo, com cerca de 180 mil seguidores no Instagram e mais de 120 mil no TikTok, utiliza as redes sociais para desmistificar o trabalho de coveiro e a rotina em um cemitério. Seus vídeos, que vão além dos procedimentos diários, como sepultamentos e exumações, abordam temas filosóficos e espirituais, incentivando uma reflexão sobre a vida e a mortalidade. Recentemente, ele lançou um e-book de mensagens diárias, ampliando ainda mais seu alcance.

Ele destaca a importância de respeitar todas as religiões e a busca por uma conexão espiritual, independentemente da crença individual. Essa mensagem de tolerância e respeito ressoa com muitos de seus seguidores, que encontram conforto e inspiração em suas palavras.

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Quais os desafios da profissão de coveiro?

A rotina de um coveiro é marcada por desafios físicos e emocionais. Paulo descreve a exumação como uma das tarefas mais difíceis, exigindo cuidado e uso de equipamentos de proteção individual. Além do esforço físico, o trabalho é emocionalmente desgastante, especialmente em enterros de crianças ou quando testemunha o sofrimento de mães enterrando seus filhos.

Apesar das dificuldades, Paulo realiza seu trabalho com empatia e sensibilidade, tratando os falecidos com respeito e oferecendo conforto às famílias enlutadas. Ele acredita que é essencial realizar o trabalho com carinho, como se os entes queridos ainda estivessem vivos, pois as famílias estão em um momento de grande vulnerabilidade.

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Papel do cemitério na preservação da história

Os cemitérios, como o da Boa Morte, são mais do que locais de descanso final; são repositórios de história e cultura. Eles preservam memórias de épocas passadas e oferecem uma conexão tangível com o passado. Túmulos de figuras históricas e monumentos artísticos transformam esses espaços em verdadeiros museus ao ar livre, onde a história pode ser explorada e apreciada.

Paulo, ao compartilhar essas histórias, ajuda a manter viva a memória de gerações passadas, destacando a importância de preservar esses locais históricos. Sua abordagem única e respeitosa inspira uma nova apreciação pelos cemitérios, não apenas como locais de luto, mas como espaços de aprendizado e reflexão.

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