Defesa de Bolsonaro diz que vai pedir anulação da delação de Mauro Cid

O advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, reuniu-se com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, na tarde desta segunda-feira (24/2) no prédio da Corte. Na saída, o defensor comunicou que irá pedir a anulação da delação de Mauro Cid — um dos pilares da denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra o ex-presidente. Gonet denunciou Bolsonaro e mais 33 por tentativa de golpe de estado no Brasil.

À imprensa, Vilardi informou que está tentando mais tempo para apresentar a manifestação da defesa sobre a denúncia. Ele chegou a pedir a suspensão do prazo até o acesso integral às provas e depois, mais 83 dias para manifestação — o mesmo prazo que Gonet teve para apresentar a denúncia após a divulgação do relatório da Polícia Federal.

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Antes de iniciar a audiência, Barroso disse a jornalistas que recebe todos quem consegue em seu gabinete. “Eu atendo as pessoas em geral. Quem me pede, dentro do possível, eu atendo”, disse Barroso.

O encontro entre Vilardi e Barroso durou cerca de 20 minutos. Segundo informações da assessoria do STF, o advogado apresentou as razões das petições que ingressou e vai ingressar no processo e o presidente do STF informou que vai analisar os pedidos.

Tentativa de golpe

A denúncia contra o ex-presidente e 33 aliados aponta os crimes de organização criminosa armada tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado (art. 359-M do CP); dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (art.163, parágrafo único, I, III e IV, do CP); deterioração de patrimônio tombado (art. 62, I, da Lei n. 9.605/1998)

No documento, Gonet concluiu que Bolsonaro planejou e atuou de forma direta e efetiva para impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin assumissem o poder em 2023 e buscou apoio das Forças Armadas para isso. Entre os planos estava o plano de assassinar Lula, Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

A apresentação da denúncia deixa ex-presidente Bolsonaro mais próximo do banco dos réus e o afasta ainda mais da possibilidade de concorrer nas eleições de 2026.

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