MP-SP e Polícia Civil investigam brechó de luxo de São José dos Campos suspeito de calote


Só em um grupo em aplicativo de mensagens, mais de 200 pessoas que foram vítimas do brechó de luxo de uniram. Caso é investigado. Centenas de clientes de um brechó de luxo tentam receber o dinheiro da venda de joias, bolsas e roupas de grife.
A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investigam um brechó de luxo de São José dos Campos, no interior do estado, que é suspeito de calote contra centenas de vítimas.
O caso foi revelado pelo Fantástico neste domingo (26). A reportagem apurou que clientes de todo o Brasil acusam Francine Prado, dona do brechó online Desapego Legal, de calote que chega a R$ 5 milhões.
Nesta segunda-feira, a empresária Francine Prado, responsável pelo brechó, fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais em que disse que falaria ‘pouco’ por orientação de advogados, admitiu erros administrativos na gestão da empresa e que tudo seria resolvido.
“Tem 13 anos de empresa, não existem empresas que não passem por dificuldades, problemas. Não vou culpar ninguém, não vou ser vítima de nada, existiram problemas aqui dentro e desde então estou todos os dias resolvendo, trabalhando”, disse.
Depois do esclarecimento, ela seguiu com a transmissão ao vivo para venda de produtos de luxo.
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Responsável por brechó de luxo faz transmissão ao vivo após acusação de golpes
Instagram/Reprodução
As acusações de calote são investigadas pelo Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo. Ao g1, o MP-SP afirmou que recebeu as representações junto às promotorias criminais de São José e que já foram instaurados os inquéritos policiais.
Segundo o órgão, os inquéritos estão sob a responsabilidade da Polícia Civil, que “realizará as diligências adequadas para a apuração das responsabilidades e demais circunstâncias do fato”.
Por meio da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil informou que os casos são investigados pelo 8º Distrito Policial de São José.
“A equipe da unidade continua empenhada na apuração dos fatos e realiza diversas diligências para esclarecer todas as ocorrências relacionadas à empresa em questão”, disse a SSP.
Brechó de São José dos Campos é suspeito de calote milionário
Reprodução
Acusação de calote
Só em um grupo em aplicativo de mensagens, mais de 200 pessoas que foram vítimas do brechó de luxo de uniram para denunciar a falta de pagamentos e a não devolução de produtos enviados ao brechó.
Na Justiça, a empresa é processada por quase 100 vítimas. Além disso, foram registrados diversos boletins de ocorrência na Polícia Civil contra Francine e seu marido, que é sócio do negócio.
Em um dos boletins de ocorrência, ao qual o g1 teve acesso, a vítima denuncia que entregou uma pulseira de luxo ao brechó, que vendeu o acessório, mas não fez o pagamento pelo produto.
“Vendi uma pulseira da BVLGARI para a empresa Desapego Legal, que solicitou a retirada do item diretamente na minha casa, vendeu o item e até hoje não me fez o pagamento”, reclama a mulher.
Em outro boletim de ocorrência que o g1 teve acesso, a denúncia afirma que tem um prejuízo de pelo menos R$ 2,4 mil por conta do calote do brechó de luxo.
“Ela (a dona do brechó) vendeu várias peças minhas de luxo, inclusive algumas ainda não vendeu e se encontram na loja física (ou ela diz que não vendeu par não repassar o valor) e não me pagou o valor”, reclama a vítima, que diz ainda que não tem retorno dos contatos com Francine.
Outro canal procurado pelas clientes do brechó é o site de reclamações ‘Reclame Aqui’, que acumula 149 queixas contra a empresa. Mesmo assim, ela segue funcionando no Instagram, rede social em que tem 261 mil seguidores.
A reportagem do Fantástico esteve no condomínio em que Francine mora. O marido dela atendeu a equipe de jornalismo, mas desistiu de dar entrevista. Depois, ele enviou uma nota em que diz que a empresa passa por dificuldades financeiras, mas que nunca teve intenção de fraudar ou prejudicar qualquer pessoa. E ainda, que fechou acordo com mais de 400 fornecedores.
A reportagem da Rede Vanguarda tentou contato direto com o celular de Francine, mas não teve retorno.
Brechó de São José dos Campos é suspeito de calote milionário
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