Bolsonaristas temem impacto eleitoral de delação de Cid, buscam novos players para 2026 e defendem Michelle para Senado


Os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo, são nomes cogitados pelos aliados de Bolsonaro ouvidos pelo blog. O ex-presidente, no entanto, segue o discurso de que o único candidato possível é ele. Michelle e Jair Bolsonaro devem prestar depoimento nesta quinta-feira (31/08)
Reuters
Integrantes do núcleo mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro monitoram com lupa os desdobramentos das revelações da delação de Mauro Cid. Com Bolsonaro inelegível, cresce uma avaliação no entorno do ex-presidente de que é preciso construir novos players para a disputa eleitoral fora do núcleo da família Bolsonaro – mas com a benção do ex-presidente.
Aí é que está o problema. Hoje, Bolsonaro deixa claro que deseja repetir o script de Lula em 2018 – de que só ele é o candidato, o que atrasa a construção de outro nome da direita e fora da família.
A citação de Michelle Bolsonaro na delação de Mauro Cid não pegou de surpresa aliados de Bolsonaro com quem o blog conversou. Segundo esses relatos, Michelle sempre foi muito alinhada ao ex-presidente e defendia que ele não viajasse para o exterior e ficasse no Brasil para buscar alternativas após a eleição de Lula.
Essas mesmas fontes lembram, também, que Michelle e Cid se detestavam – e, por isso, não acreditam que haveria qualquer prova no material apreendido de Cid ligando qualquer conversa com a ex-primeira-dama.
”Onde um entrava, o outro saía”, disse ao blog um ex-assessor de Bolsonaro.
Michelle e os filhos de Bolsonaro sempre são citados por Bolsonaro como personagens com potencial político. Com o avanço da delação de Mauro Cid, a ideia é trabalhar novos nomes – como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – e deixar Michelle para o Senado, por exemplo.
Falta combinar com Bolsonaro, que explora o discurso de que o único candidato é ele. Quem conhece os bastidores do processo afirma que juridicamente Bolsonaro tem poucas chances de escapar de uma condenação, além de estar inelegível. Mas seu capital político é trunfo eleitoralmente – e o ex-presidente vai cobrar caro esse apoio -, inclusive, como o blog já revelou, condicionando anistia futura, se seu candidato for eleito, ao seu aval na campanha.
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