Vira-lata atingido por explosão de avião em Ubatuba faz tratamento para queimaduras e luta para não perder a visão: ‘Muito forte’


‘Branquelo’ tem dois anos e estava passeando na orla da praia quando o acidente aconteceu. Ele teve queimaduras no olhos e no corpo. O caso dele ganhou repercussão nacional e gerou uma corrente de solidariedade. Vira-lata atingido por explosão de avião em Ubatuba faz tratamento para queimaduras e luta para não perder a visão: ‘Muito forte’
Arquivo pessoal
A explosão de um avião que aconteceu em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, no início de janeiro, matou uma pessoa e deixou outras cinco feridas. Um cachorro vira-lata, que passeava pela orla da praia no momento do acidente, também foi atingido pelas chamas e teve queimaduras graves no corpo e nos olhos.
Chamado de ‘Branquelo’, o cão faz tratamento diário para se recuperar das lesões na pele e também das córneas, lutando para não perder a visão. O caso gerou uma corrente de solidariedade, com pessoas do país inteiro contribuindo com o tratamento do animal.
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A veterinária Alice Soares, que atua em Ubatuba, informou em entrevista ao g1 que o quadro de saúde do cachorro é delicado, mas que felizmente ele não corre risco de vida. Ela está cuidando do cão desde que houve o acidente, com acompanhamento diário.
“Quando aconteceu a explosão, os tutores encontraram o cachorro correndo muito e acharam que ele tinha só se assustado com o barulho, mas então perceberam que ele estava todo queimado, bastante debilitado. As chamas da explosão atingiram ele, queimaram grande parte do rosto, olhos, ponta do nariz, as orelhas e as córneas. Ele ficou cheio de querosene, o rabo dele era muito peludo e ficou todo queimado também”, lamentou Alice.
“Devido às queimaduras nos olhos, quando fiz o teste deu úlcera de córnea, que é um buraco nos dois olhos muito grande. Nesse momento eu já entrei em contato com outros veterinários e a gente deu início ao tratamento dermatológico e oftalmológico, tudo aos poucos, porque ele estava muito debilitado”, completou.
De acordo com a veterinária, os tutores do cão trabalham em um parquinho na praia, por isso o cachorro estava passeando pelo local, até que ocorreu o acidente. Por serem pessoas simples, os tutores não tinham condições financeiras de arcar com o tratamento, então a veterinária lançou uma campanha nas redes sociais e gerou uma corrente de solidariedade.
“A gente conseguiu reunir R$ 6 mil na vaquinha, o suficiente para o tratamento. Veio ajuda de pessoas de Guarujá (SP), Ubatuba (SP) e de estados como Bahia, Minas Gerais, Piauí, Goiás, mobilizou muitas pessoas”.
“Além da campanha, a gente contou com muitos voluntários. Eu dei a consulta dermatológica, outra veterinária deu a consulta oftalmológica, outra deu o ultrassom, a dona da clínica vai pagar a castração quando ele puder entrar em cirurgia, o laboratório arcou com os exames de sangue e ai a gente está usando o dinheiro para comprar as medicações e ração para ele”, contou.
Veterinária Alice Soares e o cachorro Branquelo.
Arquivo pessoal
Segundo a veterinária, um dos olhos já conseguiu se recuperar bem, mas o olho esquerdo é uma preocupação para eles. A equipe segue realizando todas as medicações, na esperança de que ele não perca a visão desse olho.
“De sequelas, a gente só vai saber mais pra frente. Talvez ele tenha uma sequela no olho esquerdo, mas estamos fazendo o possível para ele conseguir recuperar a visão desse olho, igual conseguimos do olho direito”, afirmou.
“No caso do olho direito dele, que estava com uma úlcera muito grande, mas seis dias depois que passou por consulta oftalmológica já estava 100% cicatrizado. Agora ele está fazendo medicação a cada duas horas, mas mesmo que ele esteja estável, segue em tratamento oftalmológico. Deve seguir por mais uns três meses de tratamento e mesmo assim não vai ficar 100%”, narrou.
A veterinária Alice Soares afirma que, apesar de todas as dificuldades que o animal está enfrentando, ele não deixa a alegria de lado e tem inspirado a equipe. Mesmo com o quadro de saúde delicado, todos acreditam que ele deve se recuperar e ficar bem.
“Todos os dias ele vai para a clínica. Não deixamos ele internado, porque a gente acredita que, tanto animais quanto humanos, se recuperam melhor em casa. É um quadro delicado, mas graças a Deus ele não corre risco de vida, a gente fez vários exames, ainda tem exames para poder sair, porque a gente suspeita que ele também possa estar com uma doença do carrapato”, disse.
“Ele é muito forte, carinhoso e brincalhão. É muito bonzinho, não reclama de nada, faz amizade com os outros animais na clínica. É um cachorro super tranquilo”, finalizou.
Vira-lata atingido por explosão de avião em Ubatuba faz tratamento para queimaduras
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