Veículos que estão em cima de ponte entre o TO e o MA devem ser retirados até o fim da semana, diz DNIT


Autarquia explicou em nota que faz o monitoramento para detectar movimentações na estrutura que se mantém de pé. Justiça Federal determinou a retirada de um dos carros em até dez dias. Carro ficou preso em fenda aberta na ponte entre o Tocantins e o Maranhão
Divulgação/@vshenrique
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que os veículos que ainda estão sobre a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga as cidades de Aguiarnópolis e Estreito (MA) pela BR-226, vão ser retirados até o fim da semana. A informação foi divulgado após a Justiça Federal determinar a remoção um carro de passeio em um prazo de dez dias.
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A ponte desabou na tarde de 22 de dezembro de 2024. Dez veículos, entre carros, motos, caminhonetes e carretas caíram no Rio Tocantins. Dentre as vítimas que caíram na água, um homem sobreviveu, 14 pessoas morreram e três ainda estão desaparecidas.
A decisão da 1ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Imperatriz (MA) foi publicada no dia 15 de janeiro. Nesta segunda-feira (20), o DNIT informou que não foi notificado sobre a ação, mas deu o posicionamento em relação aos veículos.
O carro citado na decisão ficou preso em uma fenda que se abriu entre as plataformas após o desabamento. Nele estavam três pessoas no dia do acidente. Uma delas, a jovem Laís Lucena, disse em entrevista que estava no carro junto com o esposo e a cunhada. Ela descreveu o sentimento após ver outros veículos desabarem junto com a estrutura.
“Para nós estarmos aqui hoje é um milagre. Não temos explicação de como a gente conseguiu sair dali, porque só Deus que nos orientou. Não deu tempo de pensar o que tinha que fazer, a gente só saiu correndo e pulando as rachaduras. Inacreditável essa tragédia infelizmente com vítimas. E hoje a minha vida é um milagre de Deus”, contou poucos dias após o acidente.
Após a queda da ponte, a família notificou o DNIT pedindo providências para a remoção do carro ou alternativas para locação de um veículo substituto, mas não houve qualquer resposta por parte da autarquia, segundo a decisão.
O DNIT disse em nota que atualmente ocorre a adequação das condições do encontro da ponte no lado de Aguiarnópolis, para viabilizar a passagem dos veículos pelo local.
A autarquia ainda disse que a estrutura passa por monitoramento que pode detectar pequenas movimentações. que vão direcionar as ações durante a operação de retirada dos veículos (veja nota na íntegra no fim da reportagem).
Veja imagens aéreas da ponte entre Tocantins e Maranhão que desabou
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Laís Lucena fala sobre desabamento de ponte entre Tocantins e Maranhão
Reprodução/TV Anhanguera e @vshenrique
Relembre o colapso
No desabamento caíram no rio Tocantins três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro 22 mil litros de defensivos agrícolas.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda está sendo investigada, de acordo com o órgão. A Polícia Federal também abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da queda da estrutura.
A ponte foi completamente interditada e os motoristas devem usar rotas alternativas.
O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Semanas depois do acidente, ele contou em entrevista ao g1, como foram os dias após o colapso da estrutura e os impactos gerados para toda a população da região.
“Foi bem difícil, principalmente bem no início, quando iam chegando os familiares para acompanhar a retirada dos corpos. Então eu que convivi, estive desde o início acompanhando tudo isso, não é fácil. A gente sofre junto com eles e então aqui foi a maior tragédia considerada aqui da nossa cidade”, lamentou o vereador.
No dia 10 de janeiro, foi publicado no Diário Oficial da União a contratação da empresa PIPES Empreendimentos LTDA, no valor de R$ 6.405.001,97. O documento foi assinado pelo superintendente do DNIT no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira. Segundo o termo, o contrato vale por um ano, contados a partir do dia do acidente, em 22 de dezembro de 2024.
Íntegra da nota do DNIT:
O DNIT informa que ainda não foi notificado sobre a ação questionada. Contudo, a autarquia esclarece que a operação de retirada dos veículos que estão em cima da estrutura remanescente da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), na BR-226/TO, está em curso. A previsão é realizar a remoção dos veículos até o final dessa semana.
No momento, ocorre a adequação das condições do encontro da ponte no lado de Aguiarnópolis, visando viabilizar a passagem dos veículos pelo local. A autarquia ressalta que a ponte está monitorada dinamicamente, com tecnologia adequada para detectar pequenas movimentações na sua estrutura. Desse modo, o planejamento poderá ser redirecionado, caso o DNIT observe movimentações na estrutura durante a operação.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Arte/g1
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