Ex-deputado preso após confusão em bar é solto, mas tem porte de arma suspenso e deverá fazer tratamento psicológico


Sargento Aragão, como é conhecido, é policial militar e estava preso há mais de um mês no Quartel do Comando Geral da PM, em Palmas. Justiça Militar concedeu liberdade provisória mediante medidas cautelares. Sargento Aragão xingou policiais ao ser abordado
Divulgação
O ex-deputado estadual e policial militar Manoel Aragão da Silva, conhecido como sargento Aragão, foi solto após ficar mais de um mês preso. No fim de maio ele causou confusão em um bar de Palmas e fez ameaças. Para ganhar liberdade ele terá que fazer acompanhamento psiquiátrico e psicológico, não pode ingerir álcool e também teve a posse da arma de fogo suspensa, entre outras medidas.
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A defesa do sargento tinha o entendimento de que ele estava preso injustamente e os fatos foram esclarecidos. A liberação aconteceu à tarde. (Veja nota completa no fim da reportagem)
A briga aconteceu em um estabelecimento comercial na quadra 1.006 Sul (Arse 102), na noite de 27 de maio. Sargento Aragão supostamente teria reclamado porque recebeu uma cerveja quente e começou a discutir com um garçom. Também resistiu à prisão e desacatou policiais ao ser abordado por colegas depois de deixar o bar. Ele até teria chamado eles para um ‘duelo’, segundo o processo.
A decisão pela liberdade provisória é desta quarta-feira (24) e foi determinada pelo juiz José Ribamar Mendes Júnior, da Vara da Justiça Militar. Testemunhas foram ouvidas e ao fim da audiência, o magistrado autorizou a soltura, mas com uma série de condições. Confira:
Comparecimento mensal ao juízo da Vara da Justiça Militar;
Proibição de ausentar-se da Comarca sem prévia autorização deste juízo;
Fazer acompanhamento psiquiátrico e psicológico, e ser submetido a programa de tratamento contra dependência de álcool, devendo comprovar mensalmente nos autos as consultas realizadas e a participação no programa;
Proibição de ingestão de bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas;
Proibição de frequentar bares, boates, clubes ou festas onde ocorra o consumo e comércio de bebidas alcoólicas;
Suspensão do porte e posse da arma de fogo, devendo as armas que estiverem registradas em nome do acusado ficarem sob a custodia da Polícia Militar do Tocantins, até que o acusado seja submetido à nova avaliação pela Junta Médica Militar, para que se manifeste novamente sobre o estado do militar e a possibilidade de voltar a utilizar armas de fogo.
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Tenente Aragão é ex-deputado estadual
Arquivo pessoal
Relembre
Após a confusão no bar, o Aragão pagou a conta e saiu antes que a Polícia Militar chegasse ao estabelecimento. Segundo o boletim de ocorrência, as equipes o encontraram em uma casa de carnes, onde aconteceu o desacato.
Vídeo mostra PM ameaçando sacar arma em bar
Nas imagens é possível ver que que ele xinga e tenta ir para cima dos militares, mesmo enquanto era algemado para ser levado à delegacia.
Após a abordagem, o sargento foi autuado por ameaçar proprietária comércio e desacatar os policiais que atenderam a ocorrência. A prisão preventiva foi decretada dois dias depois da confusão, com base na “necessidade de garantia da ordem pública e manutenção da hierarquia e disciplina militares”.
No dia 16 de julho, a Justiça havia negado o pedido de liberdade feito pela defesa do sargento. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPTO) no mês de junho duas vezes por ameaça, resistência, desacato e desafio para duelo.
Veja nota da defesa de Sargento Aragão:
O Juiz José Ribamar Mendes Junior concedeu nessa quarta-feira, às 16h30min, a liberdade ao Tenente Manoel Aragão da Silva. O advogado Maurício Ughini, do escritório DFMU – D’avila, Flores, Marinho e Ughini Advocacia, declarou que após a realização de duas audiências de instrução, com a oitiva das testemunhas de acusação e da defesa, os fatos foram melhores esclarecidos.
“Entendemos que estava privado de liberdade injustamente e, duas semanas após assumir o processo, esclarecemos os fatos, demonstramos seus bons antecedentes, além do excelente trabalho que ele desempenhou na Polícia Militar do Tocantins. O Tenente Aragão sempre atuou com honra e dedicação e acreditamos que é justo responder ao processo em liberdade, preservando sua dignidade e direitos.”
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