Estudante de Agronomia da UNITAU representa o Brasil em pesquisa sobre biodiversidade e mudanças climáticas na Amazônia Peruana


Julia é a única brasileira a participar do estudo Com as malas prontas e muita expectativa, Julia Santos Pereira Oliveira, bióloga formada e estudante de Agronomia pela Universidade de Taubaté (UNITAU), embarca na primeira semana de julho rumo à Amazônia Peruana para uma nova expedição. Subsidiada por uma bolsa de estudos oferecida por uma ONG internacional pela defesa das florestas amazônicas, durante seis meses, Julia será a única brasileira a integrar o grupo de pesquisadores que permanecerá na Estacion Biológica Los Amigos, localizada no entorno da base da Cordilheira dos Andes, local também conhecido como ‘Andes Amazônico’, entre as regiões de Cusco e Madre de Dios, no Peru. Além dessa, outras três reservas fazem parte da área de reserva biológica, sendo a Wayqecha, Manu e Concesión para la Conservación “Los Amigos” (CCLA).
A reserva florestal é conhecida pelos cientistas dedicados aos estudos sobre biodiversidade, justamente por apresentar condições favoráveis para diversos tipos de investigação sobre a fauna e a flora desse bioma tão importante para o nosso planeta. Durante a viagem, ela contribuirá em pesquisas na área de entomologia, área que estuda a relação dos insetos com o meio ambiente, bem como os impactos das mudanças climáticas para o desenvolvimento e vida desses animais.
“O foco é avaliar como está a população de besouros, escaravelhos amazônicos e de cigarras mediante as alterações climáticas que vêm ocorrendo e também as alterações que o próprio homem vem provocando”, comenta Julia.
Outra linha de pesquisa comum na região refere-se aos estudos com polinizadores, também duramente afetados pelas alterações climáticas. Além disso, Julia tem planos de aumentar o repertório em estudos que ela desenvolve no Brasil sobre animais da ordem Phasmatodea (bichos-pau), que são pouco estudados pela comunidade científica mundial.
Experiência
Não é a primeira vez que Júlia embarca em aventuras como essa. Em junho do ano passado, ela também foi a única brasileira em um curso internacional na Costa Rica, o que lhe rendeu contato com outros pesquisadores e a chance de ampliar a visão sobre as possibilidades na área.
Apesar de esta ser a segunda experiência internacional dela como pesquisadora, Julia espera o momento de pisar na Floresta Amazônica pela primeira vez com muito entusiasmo e curiosidade.
“Será a minha primeira vez tendo contato com esse tipo de floresta. (…) Eu espero encontrar uma floresta gigante, extremamente bem preservada, com abundância de espécies”, conta a universitária, que reconhece o valor desse momento para a própria formação. “Todas essas descobertas, sejam exploratórias, ou de observação de trilhas, de passeios, fotografando ou até mesmo desenvolvendo pesquisas, vão contribuir na parte do meu currículo, da minha experiência profissional. Me ajudarão também a desenvolver outros projetos, além daqueles que já desenvolvo na minha área, então tudo isso vai contribuir muito na minha formação como pesquisadora”, completa.
Para ela, o certificado internacional é uma consequência diante da grandiosidade da vivência que ela está prestes a embarcar. “ Eu vejo as oportunidades internacionais como uma chave de acesso muito poderosa. (…) O certificado é a consequência, mas todo o aprendizado e todo o contato que eu tive dentro dessa atividade [na Costa Rica], me abriu outras portas. Isso mostra o quanto eu estou me empenhando”, avalia a universitária.
“É muito gratificante, porque você vê todo o seu esforço recompensado. Antes de eu ter essas oportunidades internacionais, eu corri muito atrás e continuo correndo. Elas me colocam para cima, me mostrando que esse esforço está valendo a pena, que estou sendo reconhecida aqui e até mesmo lá fora [do Brasil], com a chance de desenvolver outros projetos em outros países, em outras reservas”, celebra.
Sobre a ACCA
O edital pelo qual Julia foi selecionada como bolsista é da ONG Conservación Amazónica ACCA, uma instituição peruana sem fins lucrativos, que atua em defesa da conservação e valorização das florestas amazônicas baseada em ciência, tecnologia e inovação em prol das populações locais. Oportunidades como esta permitem aos jovens pesquisadores, como Julia, a exploração da floresta amazônica e florestas nubladas nos Andes Peruanos, ao lado de outros cientistas com diferentes tipos de experiência, o que permite o aprendizado, o networking e a expansão dos saberes científicos para além dos muros das Universidades.
ACOM/UNITAU
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