Lua alaranjada? Entenda como poluição e queimadas influenciam na cor da lua


Registro feito em Taubaté, no interior de SP, mostra a lua com coloração alaranjada, diferente do tom habitual. Especialistas explicam que a cor da lua está associada com os poluentes que ficam concentrados na camada baixa da atmosfera. Lua alaranjada? Entenda como poluição e queimadas influenciam a cor da lua.
Victor Cônsoli/g1
🌕 🍊Em fase cheia, a lua surgiu em tons alaranjados na noite da última segunda (24), em Taubaté, no interior de São Paulo e chamou a atenção dos moradores.
Sem ter registro significativo de chuva há cerca de um mês e com pouco vento, em um período marcado pelas queimadas, baixa umidade relativa do ar e o tempo seco, a condição climática influenciou diretamente na tonalidade da lua, segundo especialistas.
“A cor alaranjada e avermelhada está relacionada com a interação da luz da lua com os poluentes que ficam concentrados na camada baixa da atmosfera, mais próxima da superfície. Como não tem chovido e nem ventado, tem muita poeira suspensa no ar que se acumula nesta camada baixa”, explicou a meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo.
Na prática, a coloração da lua é indicativo do quanto a atmosfera está poluída, logo, quanto mais poluído o ar, mais vermelho é o tom da lua, pondera Josélia. E quanto mais ao horizonte a lua se encontrar, mais vermelha vai parecer, por conta do reflexo da luz nas partículas de poluição.
Outros fatores que podem alterar a coloração da lua são as condições meteorológicas, a falta de chuvas e o transporte de poluição de outras regiões que chegam no estado e também contribuem para o fenômeno.
No Mato Grosso do Sul, que está sofrendo com a densa fumaça das queimadas no Pantanal, por exemplo, o fotógrafo JD Dervalho registrou que a cor da lua na região foi mais intensa, chegando a uma coloração vermelha, veja:
Lua Cheia Vermelha é registrada no céu de Mato Grosso do Sul.
Jd Dervalho/Arquivo Pessoal
Com a chegada de três frentes frias previstas para esta semana no Vale do Paraíba e região, a expectativa é que a chuva e o vento dispersem a poluição, com a poeira sendo reduzida na superfície. Com isso, a lua deve voltar para a tonalidade habitual, mais clara, em tons brancos e dourados.
Na noite da última segunda-feira, quando a lua estava alaranjada na região, Taubaté foi a cidade que registrou a menor umidade relativa do ar, com o índice em 30%. Logo em seguida apareceu Cachoeira Paulista com 31% e em seguida Bragança Paulista, com 34%. Os números são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com a Defesa Civil, nos próximos dias a previsão é de chuva em toda a região, contudo o acumulado não deve ultrapassar os 5 milímetros por dia, com a região tendo mais registros de garoa e chuva pouco significativa, mas que pode ajudar a melhorar a umidade do ar.
Queimadas preocupam cientistas.
GloboNews
Aumento das queimadas
O Vale do Paraíba registra uma queimada a cada três dias em 2024. O balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que até domingo (23) foram 52 focos de queimada na região. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 643%.
Nesta segunda-feira (24), uma área de mato foi atingida por um incêndio na Vila Guarani, em São José dos Campos. Já no domingo, em Pindamonhangaba, uma área de 8 mil metros quadrados, próxima a um condomínio no bairro Araretama, também pegou fogo.
Inpe registra 52 focos de queimadas em junho no Vale
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