Saiba como é a Penitenciária 1 de Tremembé, para onde Ronnie Lessa foi transferido


Presídio foi inaugurado em novembro de 1990 e está superlotado. Unidade conta com seis pavilhões, além de ala de progressão. Transferência do ex-policial militar – que confessou ter matado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes – ocorreu nesta quinta-feira (20). Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé
Laurene Santos/TV Vanguarda
Preso desde março de 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Ronnie Lessa foi transferido para Tremembé, no interior de São Paulo, no início da tarde desta quinta-feira (20).
Lessa está na penitenciária “Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra”, a P1 de Tremembé, que atualmente está superlotada (leia mais abaixo).
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Penitenciária 1
Inaugurada em 22 de novembro de 1990, a P1 de Tremembé é considerada um presídio de segurança máxima no Vale do Paraíba, no interior de SP, sendo a única penitenciária masculina nesse perfil na região.
Entre as penitenciárias do estado de São Paulo, a P1 de Tremembé é a sétima maior em área construída, com 38.490 metros quadrados. A maior do estado é a Penitenciária Feminina de Sant’Ana, na capital, com 108 mil metros quadrados de área construída. Veja como é a estrutura da unidade:
Saiba como é a Penitenciária 1 de Tremembé, para onde Ronnie Lessa foi transferido.
Arte/g1
Apesar do espaço amplo e de contar com seis pavilhões, o presídio está superlotado. Segundo os dados da própria SAP, a unidade tem capacidade para abrigar 1.491 detentos, mas atualmente 2.164 presos cumprem pena no local — 673 a mais do que o limite.
A área da P1 de Tremembé tem ainda canil e horta com verduras, onde os presos atuam no cultivo. A unidade também tem espaço para banho de sol e um campo de futebol de terra.
Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé
Laurene Santos/TV Vanguarda
Além dos pavilhões, a P1 conta ainda com setores de inclusão e enfermaria, educação e trabalho, além da escola do regime semiaberto e a ala de progressão. Cozinha, almoxarifado e setor administrativo também compõem a unidade.
A inclusão de um novo detento na unidade é semelhante ao que acontece na P2, com o preso permanecendo em uma cela de isolamento de 10 a 30 dias, recebendo roupa de presidiário e corte de cabelo antes de ingressar.
Segundo apurou o g1, os seis pavilhões da P1 não possuem comunicação um com o outro e não existe área comum entre eles.
Os pavilhões são divididos pelo nível de periculosidade, ou seja, quanto maior o número do pavilhão, maior o nível de periculosidade do detento.
Imagem mostra Ronnie Lessa durante embarque em Campo Grande (MS)
Divulgação
Transferência
Ronnie Lessa foi transferido para uma penitenciária de segurança máxima em Tremembé, no interior de São Paulo, nesta quinta-feira (20). Ele está preso desde março de 2019 por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O ex-policial militar estava na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e solicitou, em acordo de delação, para ser levado para o complexo prisional de Tremembé. A ordem para transferência é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Chegada do ex-policial militar Ronnie Lessa na penitenciária de Tremembé
Ele deixou Campo Grande em um voo fretado da Força Aérea Brasileira (FAB), às 10h47, horário de Brasília. O avião com Lessa pousou no aeroporto de São José dos Campos, interior de SP, às 12h50.
De lá, o ex-policial foi levado até o presídio em um carro da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, com escolta da Polícia Federal.
Ronnie Lessa chega a penitenciária de segurança máxima em Tremembé (SP) após ser transferido do MS
Laurene Santos/TV Vanguarda
O procedimento de ingresso na unidade é padrão como em todos os presídios do estado de São Paulo, com o registro de entrada do preso, entrega de roupa de presidiário e corte de cabelo, caso necessário.
Em seguida, o preso é colocado em regime de observação durante pelo menos dez dias. No caso do ex-policial, o g1 apurou que Lessa ficará em uma cela individual, isolado dos outros presos, de forma permanente.
No presídio, Lessa será monitorado em áudio e vídeo. O ministro Alexandre de Moraes determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo mantenha o monitoramento de conversas, verbais e escritas, de Ronnie Lessa com familiares e advogados na penitenciária de Tremembé (SP), além de monitoramento no parlatório e nas áreas comuns da cadeia.
Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes
Reprodução
Manifestação contrária
Desde que houve o aval do ministro Moraes para a transferência de Lessa, a própria SAP, que administra os presídios no estado de São Paulo, e o sindicato dos policiais penais se manifestaram contra a vinda do detento para a região.
No dia 7 de junho, em uma manifestação juntada ao processo, o secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Marcello Streifinger, foi categórico ao afirmar que o presídio de Tremembé “NÃO comporta RONNIE LESSA” – a declaração foi feita em letras maiúsculas.
Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé
Laurene Santos/TV Vanguarda
Já nesta semana, o sindicato que representa os policiais penais que atuam nos presídios do estado de São Paulo se manifestou afirmando que é impossível monitorar as conversas de Ronnie Lessa na penitenciária de segurança máxima de Tremembé.
Anteriormente, o sindicato já havia se manifestado contra a transferência de Lessa para Tremembé, alegando que a vinda do assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes para a P1 poderia causar risco para a penitenciária e para o próprio detento.
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