Caraguatatuba é a segunda cidade mais violenta do estado de SP, aponta instituto de pesquisa


De acordo com a pesquisa, o índice de homicídios na cidade do Litoral Norte é quatro vezes maior do que a média do estado. Caraguatatuba é a segunda cidade mais violenta de SP, aponta instituto de pesquisa
Reprodução/TV Gazeta
Caraguatatuba é a segunda cidade mais violenta do estado de São Paulo, de acordo com o Atlas da Violência, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento analisou dados de 2022.
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O índice de homicídios na cidade do Litoral Norte, que fica atrás apenas de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de SP, é quatro vezes maior que a média do estado
O índice é a taxa de homicídio a cada 100 mil habitantes. Em Caraguatatuba, esse número é de 24,5; enquanto a média do estado paulista fica em 6,8.
Além de Caraguatatuba, outras cidades da região do Vale do Paraíba aparecem no levantamento. Pindamonhangaba, por exemplo, tem 19 homicídios a cada 100 mil habitantes.
Confira o ranking das cidades da região:
Caraguatatuba: 24,5
Pindamonhangaba: 18,7
Taubaté: 17,1
Guaratinguetá: 16,9
Jacareí: 9,6
São José dos Campos: 9,2
Bragança Paulista: 4,5
Atibaia: 3,2
De acordo com o coordenador de projetos do Instituto Sou da Paz, grupo que tem como objetivo contribuir para a efetivação da segurança e prevenção da violência, a região tem índices considerados alto por diversos fatores.
“A gente entende que é uma região que tem presença tanto do crime organizado, como uma série de outras dinâmicas de trânsito e passagem de drogas levadas para exportação. São problemas difíceis de solucionar apenas com policiamento ostensivo. Claro que isso é muito importante, mas a partir do momento em que esses crimes podem estar relacionados – e nós acreditamos que estão – com o crime organizado, são necessárias ações de investigação”, explica Rafael Rocha.
Caraguatatuba é a cidade mais violenta da região
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O Atlas da Violência leva em conta, inclusive, as mortes violentas não registradas como homicídios pelo poder público, mas com alta probabilidade de serem assassinatos.
“É importante ter o entendimento de que mortes são essas. Foram acidentes? Foram homicídios? Qual o problema do registro? Chama muita atenção como alguns estados têm um baixo índice de mortes a esclarecer, e outros estados, como São Paulo, esse índice chega a 40%”, afirma Rafael.
Ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Aparecida da Silva afirma que os números são preocupantes, justamente por conta dos chamados homicídios ocultos.
“Os dados são extremamente alarmantes e surpreendentes. Se conjugar essas mortes violentas com o alto índice de desaparecidos, vamos perceber que os dados de redução de mortes violentas no estado são fantasiosas”, diz o ouvidor.
Procurada pelo g1, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que não teve acesso aos possíveis casos de homicídios ocultos citados pelo levantamento, o que, segundo a própria secretaria, dificulta a avaliação dos números.
A pasta afirmou ainda que faz análise minuciosa dos casos registrados com vítimas fatais, garantindo que cada ocorrência seja investigada de forma adequada.
A Prefeitura de Caraguatatuba, por sua vez, respondeu que a questão da segurança tem sido tratada com prioridade pelo município e que, por isso, 180 câmeras de monitoramento foram instaladas na cidade.
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