Em abril de 2025, a vereadora Cris Monteiro, do partido Novo, esteve no centro de uma polêmica na Câmara Municipal de São Paulo. Durante um evento, ela fez declarações que foram interpretadas como racismo, gerando grande repercussão e críticas de diversos setores da sociedade. O incidente ocorreu em um contexto de discussão sobre questões raciais e sociais, destacando a necessidade de um diálogo mais cuidadoso e respeitoso.
O episódio teve início quando Cris Monteiro, ao defender uma proposta de reajuste salarial, envolveu-se em uma discussão acalorada com sindicalistas e vereadores da oposição. Em meio ao debate, a vereadora fez comentários que foram considerados ofensivos, especialmente ao mencionar que ser “branca, bonita e rica” causava incômodo. Essa fala gerou protestos imediatos, com manifestantes na galeria da Câmara entoando gritos de “racista”.
Qual o contexto dessa fala?
As declarações de Cris Monteiro ocorreram durante um evento na Câmara, em que ela discutia com representantes do Grupo Empoderamento e Liderança Feminina. A vereadora relatou um episódio em que uma colega parlamentar a criticou por não conhecer a realidade das favelas, sugerindo que seus “sapatos caros” não combinavam com esse ambiente. Em resposta, Monteiro afirmou que se fizesse um comentário semelhante sobre uma mulher negra, seria um “suicídio político”.
Essas palavras foram vistas como uma tentativa de inverter a acusação de preconceito, alegando que também sofria discriminação por ser “branca e bem cuidada”. A fala gerou risos na plateia, mas também críticas severas, especialmente de outros vereadores e ativistas que consideraram a comparação inadequada e insensível.
@g1 São Paulo – A vereadora Cris Monteiro (Novo) foi acusada de racismo durante a votação do reajuste dos salários dos servidores municipais na Câmara Municipal. Durante as discussões, a vereadora começou sua fala com: “Quando vem uma mulher branca, bonita e rica falar aqui, vocês vaiam”, em provocação aos membros do sindicato que protestavam nas galerias. Os manifestantes responderam à fala de Cris Monteiro com gritos de “racista”. Cris Monteiro é a mesma vereadora que em novembro de 2021 se envolveu em uma briga dentro do banheiro com outra vereadora. O caso de agressão mutua entre as duas foi parar na Corregedoria da casa, na época. A proposta em discussão, que já foi aprovada em primeira votação, prevê reajuste no salário dos servidores municipais em duas etapas: 2,60% em maio deste ano e 2,55% em maio do ano que vem. Acumulado, o aumento fica em 5,15%. O reajuste é abaixo do reivindicado pela categoria. E está em votação em meio a greve de professores e servidores municipais. Nesta manhã, eles protestaram em frente à Câmara Municipal. Após os gritos dos manifestantes, Cris continuou falando e chegou a discutir com um membro do sindicato, pedindo que ele se retirasse da galeria. A sessão foi interrompida por mais de 20 minutos. No retorno, Cris retornou à tribuna e pediu desculpas pelo episódio. “Gostaria de lamentar profundamente as minhas falas. Não foi a minha intenção, como parlamentar. Lamento profundamente e espero que as pessoas que se sentiram ofendidas entendam que não foi a minha intenção ofender ninguém — nem na galeria, nem meus colegas parlamentares.” Em nota, a vereadora afirmou que “lamenta a repercussão de sua fala e reforça que em nenhum momento teve a intenção de ofender qualquer pessoa. Ao longo dos últimos cinco anos de mandato, Cris Monteiro sempre pautou sua atuação pelo respeito aos colegas parlamentares e à população de São Paulo. Sua trajetória é marcada pelo diálogo, pela escuta ativa e pelo compromisso com soluções concretas para os desafios da cidade”. A também vereadora Luana Alves (PSOL) foi à tribuna e disse que, nesta quarta-feira (30), o caso será levado para a Corregedoria da Casa. Veja mais em #g1. #SãoPaulo #vereadora #CâmaraMunicipal #notícias #tiktoknotícias ♬ som original – g1
Como as pessoas reagiram à acusação de racismo?
A reação às declarações de Cris Monteiro foi imediata e intensa. A vereadora Luana Alves, do PSol, entrou com um processo na Corregedoria da Câmara contra Monteiro, alegando que suas palavras demonstravam falta de arrependimento e uma tentativa de evitar punições. Em resposta, a assessoria de Cris Monteiro emitiu uma nota repudiando as acusações de racismo e destacando seu compromisso com a população paulistana.
Além disso, a situação gerou um debate mais amplo sobre o racismo estrutural e a necessidade de conscientização e educação sobre questões raciais. A discussão evidenciou como falas aparentemente inofensivas podem perpetuar estereótipos e preconceitos, reforçando a importância de uma comunicação cuidadosa e respeitosa.

A Câmara Municipal de São Paulo se pronunciou sobre o suposto racismo?
Após o incidente, a Câmara Municipal de São Paulo teve que lidar com a pressão para tomar medidas em relação às declarações de Cris Monteiro. O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira, suspendeu a sessão após os protestos, e a situação gerou discussões sobre a necessidade de estabelecer diretrizes mais claras para lidar com casos de discriminação e preconceito no ambiente legislativo.
O caso também trouxe à tona a importância de promover um ambiente de respeito e inclusão, onde todos os vereadores possam expressar suas opiniões sem recorrer a comentários que possam ser interpretados como ofensivos ou discriminatórios. A Câmara está considerando a implementação de treinamentos e workshops sobre diversidade e inclusão para seus membros.
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