Seu olho pode revelar os primeiros sinais de demência; veja os riscos

A busca por biomarcadores precoces de demência tem sido um foco crescente na ciência médica. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, descobriram que a saúde ocular, especialmente a espessura da retina e a condição dos vasos sanguíneos oculares, pode ser um indicador significativo do risco de desenvolver demência ainda na meia-idade. Este avanço oferece novas perspectivas para a identificação precoce de condições cognitivas debilitantes.

Tradicionalmente, a espessura do músculo temporal já era associada ao risco de demência devido à sua ligação com a sarcopenia, um fator relacionado ao declínio cognitivo. Além disso, a perda de visão é reconhecida há muito tempo como um sinal de maior probabilidade de desenvolver Alzheimer e outras formas de demência. Agora, a atenção se volta para a retina, uma camada de tecido no fundo do olho responsável por processar a luz, como uma possível janela para a saúde cerebral futura.

Qual sinal no olho está relacionado com risco de demência?

Olho – Créditos: depositphotos.com / fukume

O estudo recente analisou a espessura da camada de fibras nervosas da retina (RNFL) e das camadas de células ganglionares (GCL), revelando que um afinamento precoce dessas camadas está associado a um menor desempenho cognitivo desde a infância. Esta pesquisa, baseada em dados do Dunedin Multidisciplinary Health and Development Study, que acompanha indivíduos nascidos entre 1972 e 1973, ampliou as análises anteriores sobre a saúde ocular e o risco de demência.

A equipe de pesquisadores combinou exames oftalmológicos com testes preditivos de risco de demência e concluiu que a saúde dos vasos sanguíneos da retina tem uma associação ainda mais forte com o risco de Alzheimer e outras demências do que a espessura da retina em si. Segundo os pesquisadores, as medidas microvasculares da retina são eficazes para captar riscos de demência em múltiplos domínios, mesmo entre adultos de apenas 45 anos.

Os sinais observados incluem:

  • Diminuição da densidade dos vasos sanguíneos: Estudos mostram uma redução no número de capilares sanguíneos na retina de pessoas com comprometimento cognitivo leve e Doença de Alzheimer.
  • Alterações na espessura dos vasos: Tanto o afinamento quanto o aumento da complexidade do padrão vascular retiniano foram observados em indivíduos com demência.
  • Disrupção da barreira hemato-retiniana: Essa barreira, que normalmente impede a entrada de substâncias nocivas no tecido retiniano, pode apresentar falhas em pessoas com Alzheimer e comprometimento cognitivo leve.
  • Acúmulo de proteínas amiloides: As mesmas proteínas beta-amiloides encontradas no cérebro de pacientes com Alzheimer também podem se acumular na retina.

Como exames oculares podem detectar demência?

Apesar dos achados promissores, os cientistas são cautelosos ao afirmar que a pesquisa ainda está em estágio inicial. Atualmente, não é possível prever o futuro cognitivo de uma pessoa apenas observando imagens da retina. No entanto, a expectativa é que, com o avanço da inteligência artificial, esses exames possam se tornar uma ferramenta acessível e de baixo custo para avaliar o risco de demência.

A detecção precoce do risco de demência é um passo fundamental para intervir antes que os danos cerebrais se tornem irreversíveis. Com o desenvolvimento contínuo da tecnologia e da pesquisa, a esperança é que exames oculares possam, em breve, desempenhar um papel crucial na prevenção e no tratamento de doenças cognitivas.

Quais são os próximos passos?

O futuro da pesquisa em demência está voltado para a integração de novas tecnologias e métodos de diagnóstico. A combinação de exames oculares com inteligência artificial pode revolucionar a forma como a demência é detectada e tratada. Além disso, a colaboração entre oftalmologistas e neurologistas será essencial para aprofundar o entendimento sobre a relação entre a saúde ocular e o risco de demência.

Com a continuação dos estudos, espera-se que novas descobertas possam não apenas melhorar a detecção precoce, mas também abrir caminho para intervenções mais eficazes que possam retardar ou até prevenir o início da demência. A ciência está em um caminho promissor, e a saúde ocular pode ser a chave para um futuro mais saudável e consciente.

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