Apagão histórico em Cuba deixa mais da metade do país no escuro

Cuba enfrenta, neste domingo (2/2), o maior apagão registrado em 2025, afetando aproximadamente 53% do país. A crise energética se intensificou após uma falha na usina termelétrica Antonio Guiteras, conforme comunicado da União Elétrica de Cuba (UNE). Segundo a empresa estatal, a unidade deixou de operar de forma inesperada, ampliando o déficit de eletricidade no momento de maior demanda. No momento, as três principais usinas do país estão fora de funcionamento devido a manutenções ou falhas técnicas.

A escassez de combustível agrava o cenário, limitando a capacidade de gerar eletricidade. As regiões mais afetadas têm enfrentado cortes de energia severos, alguns chegando a apenas quatro horas de eletricidade por dia. Esse panorama desafia a gestão energética cubana e amplia as consequências sociais e econômicas em uma nação já sob pressão devido à escassez de recursos e inflação galopante.

Como a crise energética em Cuba foi causada?

Cuba – Créditos: depositphotos.com / berna_rikur

O sistema energético cubano depende de oito usinas termelétricas antigas, além de geradores auxiliares. Grande parte dessas instalações está em condições precárias, carecendo de manutenção adequada e investimentos modernizadores. Além disso, a dependência de combustível importado dificulta a estabilidade do fornecimento, pois as importações enfrentam limitações econômicas devido ao regime político atual.

A situação se agrava com a falta de recursos financeiros para modernizar a infraestrutura. Estimativas indicam que Cuba precisaria de até US$ 10 bilhões para reformar seu sistema elétrico, uma quantia que o país não consegue arcar no momento. Essa falta de renovação tecnológica e investimentos contribui significativamente para a fragilidade do fornecimento de energia.

Quais são as consequências dos apagões?

A crise energética tem um efeito direto sobre a já fragilizada economia cubana. O fornecimento irregular de energia afeta a produção industrial, o armazenamento de alimentos e medicamentos, e a operação de serviços básicos. Isso, por sua vez, exacerba a escassez de bens essenciais, levando a um aumento generalizado dos preços.

Além das dificuldades econômicas, existe um impacto social profundo. Os frequentes apagões têm forçado muitas pessoas a deixarem o país em busca de melhores condições de vida. Em 2023, cerca de 300 mil cubanos emigraram, número que reflete o desespero em face das condições adversas em casa.

Qual é o futuro energético de Cuba?

O futuro energético de Cuba depende de significativos investimentos em infraestrutura e de um redesenho estratégico de suas políticas de energia. Há uma necessidade urgente de modernizar as usinas atuais e explorar fontes alternativas de energia para garantir um fornecimento estável no longo prazo. O investimento em energia renovável, apesar de caro inicialmente, pode oferecer uma solução sustentável para o problema energético da ilha.

Enquanto isso, a cooperação internacional e o aluguel de usinas flutuantes permanecem como soluções temporárias. Essas parcerias são essenciais para mitigar a crise atual, mas não substituem a necessidade de uma estratégia duradoura que priorize a resiliência energética e a inovação tecnológica.

A crise energética em Cuba está desafiando o país a repensar e reestruturar sua abordagem em relação ao fornecimento de energia. Embora a situação atual seja crítica, também oferece uma oportunidade para a implementação de soluções inovadoras e sustentáveis a longo prazo. O envolvimento da comunidade internacional e a revisão das políticas internas podem ser passos decisivos para construir um sistema energético mais robusto e confiável.

O post Apagão histórico em Cuba deixa mais da metade do país no escuro apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.