Mais de 200 mil crianças sem creche: veja o cenário em MG

Em Minas Gerais, um grande número de crianças enfrenta barreiras para acessar creches públicas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que cerca de 217 mil crianças com idade entre zero e três anos não conseguem vagas nas creches municipais. Isso reflete uma realidade desafiadora para as famílias que dependem do serviço.

Apenas 10% dos municípios mineiros oferecem auxílio-creche como alternativa. Esse “voucher” ajuda as famílias a custear creches privadas até que vagas públicas se tornem disponíveis. No entanto, a cobertura do benefício ainda é limitada em comparação com a demanda existente.

O papel crucial do Auxílio-Creche: por que é importante?

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O auxílio-creche em Minas Gerais poderia aliviar de forma significativa a pressão sobre o sistema público de educação infantil. Hoje, dos 853 municípios no estado, apenas 86 oferecem algum tipo de apoio financeiro ou vagas alternativas, seja por meio de bolsas de estudo ou parcerias. Essa ajuda é crucial para as famílias que não podem esperar indefinidamente por vagas em creches públicas.

Os dados revelam que muitos municípios ainda não implementaram práticas eficazes para suprir a demanda. Isso pode ser devido a questões orçamentárias, falta de planejamento ou mesmo a ausência de políticas dedicadas. Sem o auxílio necessário, muitas famílias enfrentam dificuldades para equilibrar o trabalho e o cuidado dos filhos.

Quais são as alternativas disponíveis para as famílias?

Belo Horizonte, por exemplo, realizou 80.430 matrículas em 2024, atendendo tanto em creches próprias quanto em instituições parceiras. Embora não exista atualmente previsão legal para a oferta de auxílio-creche na capital, a colaboração com creches privadas demonstra uma alternativa viável para expandir a cobertura.

Além do auxílio financeiro, os municípios podem adotar parcerias público-privadas, como é visto em Belo Horizonte com suas 244 instituições parceiras. Tais parcerias podem ser um modelo a ser replicado em outras cidades para expandir o acesso à educação infantil.

Impacto Social: quem sofre mais com a falta de creches?

A escassez de vagas em creches impacta mais intensamente as mulheres, especialmente aquelas de grupos raciais minoritários. Em Minas Gerais, mulheres pretas e pardas dedicam cerca de 23 horas semanais aos cuidados domésticos não remunerados, superando a média nacional. Esta desigualdade reflete a urgente necessidade de políticas públicas que garantam a educação infantil e, assim, possibilitem maior participação feminina no mercado de trabalho.

A criação de programas de auxílio e a expansão da rede de creches públicas e privadas são passos fundamentais para equacionar a balança na divisão de tarefas domésticas e melhorias socioeconômicas. O acesso digno à educação infantil não é apenas um direito, mas um investimento no futuro de toda a sociedade.

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