É #FAKE vídeo de Carol Prado, do g1 em 1 minuto, sobre indenização da Serasa


Um vídeo adulterado com um áudio gerado por inteligência artificial induz o leitor a acreditar se tratar de conteúdo do g1, o que não é verdade. Uma notícia falsa aponta que o Serasa tem indenização a dar para brasileiros, o que também é falso. É #FAKE vídeo que usa imagem do g1 em 1 minuto para anunciar indenização da Serasa
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Circula nas redes sociais um vídeo em que a jornalista Carol Prado, do g1, supostamente diz que é possível receber entre R$ 2 mil e R$ 50 mil de indenização da Serasa. É #FAKE.

g1
O vídeo utiliza a imagem de Carol Prado, do g1, e insere um áudio falso, gerado por inteligência artificial. Uma voz que simula a dela diz: “Oi, pessoal, tudo bem? Começou hoje o prazo para as pessoas que vão receber a indenização da Serasa para sacar seus valores de R$ 2 mil a R$ 30 mil pelo vazamento de dados. (…) Após a finalização, você já consegue saber o valor que está disponível pra você, e aí é só solicitar o saque via pix. Inclusive eu, que nem sabia que tinha tido meus dados vazados, descobri, já solicitei meu saque e recebi na mesma hora.”
Uma legenda afirma: “O Senado aprova medida que determina que a Serasa arque com indenizações de até R$ 30 mil para cada um dos afetados pelo vazamento de dados”.
O g1 não publicou conteúdo com esse teor, tampouco Carol Prado gravou um vídeo do tipo. A imagem é uma manipulação fraudulenta: o vídeo aproveita imagens reais de uma edição do g1 em 1 minuto publicada no Youtube em 7 de março de 2022, no qual Carol Prado falava sobre resgate de dinheiro esquecido pelos contribuintes nos bancos.
Duas ferramentas de detecção apontaram que o áudio falsamente atribuído a Carol Prado foi criado por inteligência artificial.
Veja abaixo o vídeo autêntico:
Ao Fato ou Fake, o Senado diz não haver proposta legislativa que determine que a Serasa pague indenizações.
Fake news recorrente
Trata-se de uma variação de uma fake news recorrente, de que o Serasa –empresa brasileira que atua, entre outros, com análise de crédito e informação para negócios– teria uma indenização a dar aos brasileiros. O Fato ou Fake já fez outras duas checagens a respeito em 2024:
É #FAKE vídeo que diz que governo federal condenou Serasa a pagar indenização de R$ 30 mil
É #FAKE vídeo que usa imagem de Luiza Tenente e Fátima Bernardes para anunciar indenização da Serasa; trata-se de um golpe
A fake news distorce uma premissa verdadeira para conseguir atrair interessados: o Ministério Público Federal entrou, como coautor, com uma ação na Justiça para obrigar a Serasa a indenizar 223 milhões de brasileiros por vazamento de dados.
No processo, o MPF defende que cada pessoa afetada seja indenizada com R$ 30 mil e que a Serasa seja condenada a pagar multa, pelos danos causados a toda a sociedade, em valor equivalente a até 10% do seu faturamento anual no último exercício.
Não há nenhuma decisão judicial a respeito do processo, que segue em tramitação na Justiça Federal. O número é 5002936-86.2021.4.03.6100. O andamento pode ser consultado em no link https://pje1g.trf3.jus.br/pje/ConsultaPublica/listView.seam
Consultados pelo Fato ou Fake, o Ministério Público Federal e a Serasa Experian confirmaram que não há decisão judicial a respeito. A Serasa acrescentou que a alegação contida na mensagem é falsa –e que publicações que mencionam suposta multa e indenização de até R$ 30 mil são enganosas e confundem o consumidor.
Notícia falsa e patrocinada
A publicação falsa checada pelo Fato ou Fake circula no Facebook como publicidade paga, com anúncios patrocinados por um perfil em nome de “Viviane Barreto”.
Ela apresenta no rodapé um endereço que induz o leitor a clicar em um link que não tem nenhuma ligação com o g1. Ao clicar em “saiba mais”, o usuário é direcionado para a página https://loja.spcbrasil.org.br/consulta-cpf-spc-e-serasa, do SPC Brasil, empresa ligada à Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
O SPC e a CNDL informaram que “o conteúdo deve ter sido desenvolvido e/ ou utilizado por uma pessoa mal-intencionada”, que não é responsável pelo anúncio e que pediu a exclusão dele à Meta, dona do Facebook. (leia mais abaixo)
No site, o consumidor é instado a fornecer seus dados e comprar pacotes de consulta que variam de R$ 11,90 a R$ 499,90. A transação gera um boleto a ser pago para a empresa “Serviços para o Comércio do Brasil S.A”, com CNPJ: 29.341.643/0001-80.
A transação gera um boleto para a empresa “Serviços para o Comércio do Brasil S.A”, com CNPJ: 29.341.643/0001-80.
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O número do CNPJ no boleto é o mesmo que consta no rodapé da página da SPC Brasil, abrigada no site da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
O número do CNPJ no boleto é o mesmo que consta no rodapé da página [loja.spcbrasil.org.br]
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lloja.spcbrasil.org.br é abrigada no site da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas
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Veja a nota do SPC Brasil, por meio da assessoria da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL):
“O SPC Brasil informa que o vídeo veiculado não traz nenhuma referência a nossa marca, tendo inclusive o seu conteúdo direcionado a outra empresa. O anúncio, no entanto, possui um link para um canal do SPC Brasil que está fora do contexto do assunto apresentado. Sendo assim, informamos que tomamos as medidas cabíveis solicitando à Meta a exclusão deste anúncio de sua plataforma.”
Questionado se o SPC Brasil ou empresa intermediária pediu link para a página do SPC no anúncio, o SPC respondeu:
“O SPC Brasil e nenhuma empresa vinculada pediu ou é responsável por este anúncio. O conteúdo deve ter sido desenvolvido e/ ou utilizado por uma pessoa mal-intencionada. O link ao SPC Brasil possivelmente foi utilizado na tentativa de dar legitimidade à postagem. Reafirmamos aos consumidores a importância da checagem das fontes de informações para evitar golpes.”
O Fato ou Fake também questionou a Meta sobre o uso de conteúdo falso em anúncios publicitários dentro de suas plataformas. A empresa respondeu em uma nota sem citar o caso específico:
“Atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas em nossas plataformas e estamos sempre aprimorando a nossa tecnologia para combater atividades suspeitas. Também recomendamos que as pessoas denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os Padrões da Comunidade do Facebook, das Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta através dos próprios aplicativos” – Porta-voz da Meta.
É #FAKE vídeo que usa imagem do g1 em 1 minuto para anunciar indenização da Serasa
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Fato ou Fake explica:
VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE
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